Reconhecido por ser uma das vozes mais originais da literatura contemporânea, dom José Tolentino de Mendonça foi agraciado com o prêmio Helena Vaz da Silva. Os jurados salientaram igualmente a forte convicção do cardeal de que a Igreja não é apenas uma guardiã de seu longo passado, mas que deve estabelecer um diálogo aberto e construir pontes com o mundo da cultura, da arte e do pensamento contemporâneos.
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Atribuição do prêmio Helena Vaz da Silva ao cardeal Tolentino
O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, e o presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, estarão presentes hoje, através de mensagens em vídeo, na sessão de atribuição do prêmio europeu Helena Vaz da Silva 2020 ao cardeal Tolentino Mendonça. O «reconhecimento presta homenagem à contribuição excepcional de dom José Tolentino Mendonça para a divulgação da cultura e dos valores europeus», lê-se na página do Centro Nacional de Cultura (CNC), que em 2013, em parceria com a Europa Nostra, considerada a principal organização do Velho Continente de defesa do patrimônio, e o Clube Português de Imprensa, instituíram a distinção.
Primeiro diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultural, o cardeal José Tolentino Mendonça é «uma das vozes mais originais da literatura contemporânea», destaca o CNC. «Ficamos impressionados com a capacidade que Tolentino Mendonça demonstra ao divulgar a beleza e a poesia como parte do patrimônio cultural intangível da Europa e do mundo. Queremos homenagear a sua arte de comunicar não apenas através da sua notável poesia, mas também dos seus artigos de opinião publicados na imprensa portuguesa e italiana», referiu o júri do prêmio.
Os jurados, encabeçados pela presidente do CNC, Maria Calado, e onde se incluem Francisco Pinto Balsemão, Guilherme d’Oliveira Martins e membros das entidades parceiras do prêmio, salientaram igualmente a «forte convicção» do cardeal de que «a Igreja não é apenas uma guardiã de seu longo passado, mas que deve estabelecer um diálogo aberto e construir pontes com o mundo da cultura, da arte e do pensamento contemporâneos».
“Hoje, quando a Europa e o mundo se confrontam com uma crise sem precedentes, precisamos de ouvir as vozes desafiadoras dos principais intelectuais e artistas europeus, como Tolentino Mendonça. Eles devem orientar e inspirar os nossos esforços coletivos para construir uma sociedade mais justa e mais inclusiva, para a Europa e para todo o planeta», refere a declaração do júri.
Na sessão de atribuição da distinção, que decorre às 18h00, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com transmissão online pela internet, estará também presente a ministra da Cultura, Graça Fonseca. Após a apresentação de Antônio Guterres, intervém o cardeal José Tolentino Mendonça, e o encerramento cabe a presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
«O patrimônio cultural é um motor indiscutível do presente e só com ele podemos pensar que há futuro… Por essa razão, sinto-me muito honrado por esta atribuição, que ainda mais me responsabiliza. Certamente esta distinção será vivida com alegria pela Biblioteca e o Arquivo Apostólico do Vaticano, onde trabalho, e que constituem um extraordinário exemplo do patrimônio cultural que a Europa construiu e constrói», afirmou dom Tolentino.
«O prêmio europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Patrimônio Cultural recorda a jornalista portuguesa, escritora, ativista cultural e política (1939-2002), e a sua notável contribuição para a divulgação do patrimônio cultural e dos ideais europeus. É atribuído anualmente a um cidadão europeu cuja carreira se tenha distinguido pela difusão, defesa e promoção do patrimônio cultural da Europa, quer através de obras literárias e musicais, quer através de reportagens, artigos, crônicas, fotografias, cartoons, documentários, filmes de ficção e programas de rádio e/ou televisão», explica o CNC.
Na manhã desta sexta-feira, dia 23/20/2020, o cardeal Tolentino participa no programa de encerramento do congresso “O futuro da nossa cidade”, que decorre no teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, no qual proferiu a conferência de abertura, com o título: “Ao encontro das cidades futuras”.
Rui Jorge Martins
Fontes: Centro Nacional de Cultura, Câmara Municipal de Leiria
Imagem: Card. Tolentio Mendonça | © Expresso
Publicado em 23.10.2020
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