Economia de Francisco – Seminário PUC Minas

Um Seminário esperançoso, esclarecedor e inspirador! Assim ficou marcado o encontro na noite dessa segunda-feira, 11 de novembro, no auditório do Museu da PUC Minas, em BH, sobre a Economia de Francisco. Dezenas de pessoas participaram, entre elas, alunos, religiosos e religiosas, leigos e leigas da Igreja, pastoralistas, professores, padres, seminaristas, funcionários, coordenadores de Institutos, chefes de departamentos da Universidade e demais interessados. Também marcou presença o vice-prefeito de Belo Horizonte, Paulo Lamac.

Atendendo à realidade social e na perspectiva de uma economia para o bem comum, dom Joaquim Mol, reitor da PUC Minas, bispo auxiliar da Arquidiocese de BH, referencial da Região Nossa Senhora da Esperança (RENSE) e coordenador do Observatório da Evangelização, esteve presente na mesa redonda do Seminário Economia de Francisco. Com ele também participaram da mesa os professores Armindo dos Santos de Sousa Teodósio e Vander Luiz Aguiar, ambos do Instituto de Ciências Econômicas da PUC Minas (ICEG).

O evento promovido pelo Sistema Avançado de Formação ANIMA PUC Minas, em parceria com o ICEG, teve a palavra inicial do padre Aureo Nogueira, coordenador do ANIMA, que apresentou uma possível reflexão: “Será que a economia nos dias atuais é integral?”, a partir desse questionamento dom Joaquim Mol tomou a palavra e abriu a mesa redonda acolhendo a todos que estavam presentes no auditório, ele falou sobre o evento que acontecerá em março de 2020 em Assis, na Itália, a pedido do papa Francisco, com o intuito de reunir jovens economistas do mundo inteiro.

Seminário Economia de Francisco – ANIMA PUC Minas 2019

Com alegria, dom Joaquim Mol mencionou os três jovens que vão representar a PUC Minas no evento na Itália, junto ao papa Francisco, levando a ideia de projetos para uma economia sustentável, social e solidária e que já se tornou realidade em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Ao iniciar sua breve apresentação, dom Mol disse:

Perguntam-me por aí: qual é a economia que mata? Em determinadas situações as pessoas que questionam isso tem uma dificuldade enorme para abrirem a cabeça e pensarem diferente, assim como fazem com os discursos e iniciativas do papa Francisco. Na Doutrina Social da Igreja, a economia é pensada de maneira integral, com humanismo, lembrando sempre da instância da ética e da moral. O que for contrário a isso se torna sinônimo de uma economia que mata.

Após a abertura da mesa foi passada a palavra para o professor Armindo dos Santos, do ICEG, que fez um panorama sobre o crescente capitalismo no mundo, alguns destaques negativos do socialismo e os seus impactos na sociedade.

Por incrível que pareça, por mais difícil que seja acreditar, saibam: nos dias atuais temos muito mais casos de escravidão no trabalho do que na antiga época da escravatura. Temos uma realidade capitalista que resulta no trabalho infantil, que oferece um trabalho precário e que favorece a degradação ambiental”, ressaltou o professor.

Já em seguida teve a fala o professor Vander Luiz Aguiar, também do ICEG, que apresentou um histórico sobre o avanço das políticas neoliberais, a desigualdade social e sobre o Brasil em seus aspectos econômicos. A partir disso, ele apresentou também a proposta das “Empresas Sociais”, que são pequenas empresas que partem de iniciativas dos próprios indivíduos, no intuito de se criar comunidades sustentáveis e produtivas.

Na segunda parte do Seminário, após as falas dos convidados da mesa redonda, foi aberto um espaço para os três alunos que vão para Assis, na Itália, representar a PUC Minas no evento Economia de Francisco. Cada um deles falou brevemente sobre seu projeto. Na ocasião também participaram representantes da comunidade indígena Pataxós, situada próximo à cidade de Brumadinho, aldeia que foi fortemente prejudicada pelos rejeitos de minério da empresa Vale, com o rompimento da barragem do Córrego do Feijão no início deste ano.

Os chefes da aldeia fizeram breves depoimentos sobre o desmatamento da região onde moram, além de declararem a difícil inserção social quando há, em uma sociedade capitalista, forte preconceito aos indígenas, desvalorização de suas culturas e artesanatos, frutos de suas rendas.

O Seminário teve fim logo em seguida, com o agradecimento a todos que estiveram presentes.

(Informações: Comunicação ANIMA PUC Minas /Observatório da Evangelização)