Um poema profético de amor à Igreja dos pobres e para os pobres elaborado pelo grande teólogo Ronaldo Muñoz, que há 10 anos nos deixou e partiu para a Casa do Pai.
Confira:
A IGREJA QUE EU AMO
Ronaldo Muñoz, SS. CC. (1933-2009)
Poucas catedrais de canto e ouro,
Muitas capelas de lama e tábua.
Poucos ricos treinados à indiferença,
Muitos pobres especialistas em paixão compartilhada.
Poucos letrados calculistas e prudentes,
Muitos simples que sabem de fé e de esperança.
Poucos doutores muito seguros de sua doutrina,
Muitas testemunhas que escutam de verdade.
Pouco poder de fariseus e clérigos carreiristas,
Muito serviço humilde aos irmãos mais pequeninos.
Poucos projetos com dólares e euros,
Muitos mutirões com suor e canto.
Poucas cerimônias em palácios e quartéis,
Muitas festas em aldeias e favelas.
Poucas bênçãos de armas, bancos e governos,
Muitas marchas em defesa da paz, justiça e liberdade.
Pouco temor ao Deus do castigo e da morte,
Muito respeito ao Deus do amor e da vida.
Pouco culto de costas para o povo
A Cristo Rei eterno nas alturas;
Muito amor e seguimento de Jesus, o de Maria,
Companheiro, Profeta, Filho do Pai.
Pouco, cada vez menos,
Muito, cada vez mais.
(Tradução feita por Edward Guimarães)
Veja, a seguir, a versão original do poema em espanhol:
LA IGLESIA QUE AMO
Ronaldo Muñoz, SS.CC. 1933-2009)
Pocas catedrales de canto y oro,
muchas capillas de barro y tabla.
Pocos ricos adiestrados a la indiferencia,
muchos pobres expertos en pasión compartida.
Pocos letrados calculadores y prudentes,
muchos sencillos que saben de fe y de esperanza.
Pocos doctores muy seguros de su doctrina,
muchos testigos que escuchan de verdad.
Poco poder de fariseos y sacerdotes de carrera,
mucho servicio humilde a los hermanos más pequeños.
Pocos proyectos de dólares y marcos,
muchas mingas de sudor y canto.
Pocas ceremonias en palacios y cuarteles,
muchas fiestas en aldeas y barrios marginales.
Pocas bendiciones de armas, bancos y gobiernos,
muchas marchas de paz, justicia y libertad.
Poco temor al Dios del castigo y de la muerte,
mucho respeto al Dios del amor y de la vida.
Poco culto de espaldas al pueblo
a Cristo rey eterno en las alturas;
Mucho amor y seguimiento a Jesús el de María,
Compañero, Profeta, Hijo del Padre.
Poco, cada vez menos,
mucho, cada vez más.