A SEMEA é uma iniciativa da Companhia de Jesus (Jesuítas) e tem como objetivo sensibilizar comunidades acadêmicas e sociedades civis não amazônicas para os principais temas de debate no universo amazônico, e assim garantir a participação, visibilidade e articulação de povos tradicionais amazônicos em espaços fora daquela região.
A SEMEA surgiu a partir de uma provocação por parte dos integrantes do Projeto Pan-Amazônico da Conferência dos Provinciais da América Latina (CPAL – Jesuítas) e ganhou abrangência nacional com o concomitante nascimento do Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA) e o apoio da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam – Brasil).
A SEMEA destina-se a estudantes e professores universitários, movimentos sociais ligados aos direitos humanos e aos direitos ambientais; organizações de apoio e fomento aos direitos humanos, aos direitos ambientais e às populações tradicionais, gestores públicos ligados ao meio ambiental e a povos indígenas/quilombolas e à sociedade civil em geral.
IV Semana de Estudos Amazônicos reunirá Povos da Floresta, pesquisadores e gestores em Belo Horizonte
A Amazônia – seus povos e culturas, desafios e horizontes – estará no centro das discussões da 4ª Semana de Estudos Amazônicos (SEMEA) que, este ano, será realizada em Belo Horizonte, em quatro espaços:
- Dom Helder Escola de Direito;
- Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia;
- Colégio Loyola;
- Centro Loyola.
A programação, que começa na terça-feira, dia 29/10/2019, e vai até sexta-feria, dia 01/11/2019, contará com a participação de representantes de povos tradicionais da Amazônia (indígenas, ribeirinhos e quilombolas), gestores públicos e pesquisadores, professores, representantes de movimentos sociais e organizações não-governamentais buscando promover o intercâmbio de saberes e dar visibilidade aos desafios amazônicos.
Este ano, a SEMEA ganha ainda um significado especial, por ser realizada logo após o Sínodo da Amazônia, que terá lugar no Vaticano, de 6 a 27 de outubro de 2019, reunindo delegados/as (bispos, religiosos/as, padres e leigos/as) dos nove países que integram a Amazônia: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. Segundo a convocação do papa Francisco, o Sínodo terá como finalidade principal
“Encontrar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, sobretudo dos indígenas, muitas vezes esquecidos e sem a perspectiva de um futuro sereno, também por causa da crise da floresta Amazônica, pulmão de importância fundamental para o nosso planeta”.
NOMES DE DESTAQUE NA QUESTÃO AMAZÔNICA
O evento será aberto no dia 29 de outubro de 2019, às 9 horas, com o Hino nacional sendo cantado no Dialeto indígena Tikuna, pela cantora e jornalista indígena Djuena Tikuna. Na mesa de abertura estarão os reitores da Faculdade Jesuíta e da Escola de Direito Dom Helder, ao lado de lideranças da Amazônia, como Pe. David Romero SJ (Preferência Apostólica Amazônia – PAAM), Moema Miranda (Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM) e Prof. Dr. Pe. José Ivo Follmann SJ (Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida – OLMA)
Nos painéis e mesas do evento, estarão presentes representantes do Ministério Público, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), de instituições de ensino superior, da rede Eclesial Pan-Amazônica e de organizações da sociedade civil, entre outros. Destacam-se a presença de Sônia Guajajara (liderança indígena e ex-candidata a vice-presidência do Brasil), do Pajé Afonso Manduca (Aldeia Huni Kuin, Acre), Joaquim Belo (Conselho Nacional das Populações Extrativistas), Francinara Baré (Coordenação de Indígenas da Amazônia Brasileira), Geovane Krenak
(Líder indígena e documentarista), Jhony Giffonis (Defensoria Pública do Pará), Miguel Tembé (Kvvarahý Tembé)(Líder indígena do Pará), Marcivânia Seterè Mawè (Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno), Dr. Mércio Pereira Gomes (Antropólogo, ex-presidente da FUNAI e conselheiro da Fundação Darcy Ribeiro), Pe. Justino Sarmento Rezende, Tuyuka (Consultor do Sínodo para a Amazônia), e Vivia Cardoso (Presidente da Associação de Moradores e Produtores Quilombolas de Abacatal/Aurá).
EDIÇÕES ANTERIORES
- A primeira edição do evento aconteceu em 2016, na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)
Contou com a participação de povos indígenas e ribeirinhos do Alto Solimões, Jesuítas e colaboradores, que vivem e trabalham na Amazônia, representantes da cooperação internacional e pesquisadores, além de representantes da sociedade civil e de organismos públicos estaduais de Pernambuco, como a Defensoria Púbica, a Secretaria do Meio Ambiente etc. Na ocasião, foram realizadas palestras, oficinas e rodas de conversa e decidiu-se tornar a Semana de Estudos Amazônicos um projeto permanente e anual.
- A segunda edicão do evento aconteceu em 2017, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio)
- A terceira edição do evento aconteceu em 2018, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
O número de representantes das populações tradicionais cresceu, possibilitando aprofundar o debate com acadêmicos de diferentes regiões do País a respeito dos principais desafios por que passa a Amazônia e seus povos, alcançando um público de cerca de mil pessoas.
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