Há um amplo complô ultraconservador contra Francisco e seu projeto de reforma da Igreja, denuncia Pe. Arturo Sosa, SJ

Existem pessoas dentro e fora da Igreja, que desejam que o papa Francisco renuncie, porém ele não o fará”. Claro e direto, o superior-geral da Companhia de Jesus, Pe. Arturo Sosa, sj., denunciou durante o Meeting de Rimini (evento tradicional do verão italiano) que há um amplo complô dos setores ultraconservadores contra Bergoglio e o que ele representa.

(A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 20-08-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo, publicada no IHU.)

O objetivo não é somente ir contra Francisco, mas ir mais além:

Creio que a estratégia final desses setores não é apenas ‘forçar’ o papa Francisco a renunciar, mas também afetar a eleição do próximo pontífice, criando as condições para que o papa seguinte não continue aprofundando o caminho que Francisco indicou e empreendeu”.

Por oposição, o superior dos jesuítas considera que “é essencial que essa viagem continue, de acordo com a vontade da Igreja claramente expressada no Concílio Vaticano II, do qual o papa Francisco é um filho legítimo e direto”.

Durante sua intervenção em Rimini, Arturo Sosa apontou a “nostalgia” da Igreja europeia por “um passado idealizado, como se a sociedade na Europa fosse uma sociedade cristã perfeita. As pessoas vivem nostalgicamente por um passado que nunca existiu. Nos Estados Unidos, por outro lado, se centram na inculturação”.

O cristianismo não é uma religião intimista, somente se pode viver em comunidade”, sublinhou o jesuíta, que recordou ainda como “o Espírito Santo nos fala hoje através dos jovens. Todos estamos chamados a nos aproximar deles”.

A Igreja dirigida por Francisco está apostando na educação dos jovens, extraindo deles recursos e valores”, apontou Sosa.

Citando Bergoglio insistiu:

O futuro da humanidade passa pela inclusão social dos pobres. Porém isso não se faz de fora, é uma condição para caminhar juntos. Devemos nos aproximar dos pobres, adquirir seu olhar na vida”.

O discernimento deriva do sentido de obrigação para o imperativo da consciência, a obediência à vontade de Deus. A liberdade e a verdade, a lei e a responsabilidade, a autoridade e a obediência somente se integram no discernimento”, afirmou em outro momento do diálogo, no qual enfatizou a “mensagem revolucionária” que Francisco traz à Igreja: “Necessitamos conhecer intimamente ao Senhor que se fez homem para mim, para que quem o ama, o siga”.

No discernimento – acrescentou – não estamos divididos entre crentes e não crentes, entre homens morais e não morais, entre aqueles que promovem o bem de todos ou aqueles que semeiam medo e divisão”.

Finalmente, sobre a secularização da sociedade, Sosa apontou que “se o lemos como um sinal dos tempos, talvez seja um sinal de esperança e não desespero. A sociedade secular é talvez o novo espaço para se viver e difundir a nossa fé”.

Fonte:

IHU

1 Comentário

  1. Essa Igreja clerical foge do verdadeiro cristianismo. Além de cardeais, bispos, leigos e sacerdotes cobservadores, o Papa emérito, Bento XVI está por trás de tudo isso. Ele fez e está fazendo escola contra o Papa Francisco. É o “bolsonaro” da Igreja.

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