Urge, de modo crescente e incontornável, a necessidade de um reconhecimento oficial por parte da Igreja católica – outras Igrejas cristãs já deram este passo – da importância insubstituível, do papel singular, da contribuição relevante na realização da missão e, portanto da igual dignidade batismal e da plena cidadania eclesial da mulher. Desde o início do magistério do papa Francisco cresce a expectativa desse passo que já tarda no seio da Igreja Católica, muitos afirmam que chegou a hora. Neste sentido, vale a pena ler a reflexão de Cameron Doody publicada por Regilion Digital, traduzida pelo Cepat e republicada pelo IHU e pelo Dom Total. Confira:
Papa anunciará diaconisas em 10 de maio?
Por Cameron Doody
Fará o papa Francisco um anúncio sobre as diaconisas, no próximo dia 10 de maio? Há quem já especule a possibilidade, sobretudo porque nesse dia está previsto um encontro entre o Pontífice e a União Internacional de Superioras Gerais, o mesmo grupo a quem prometeu, em 2016, que estabeleceria uma comissão internacional para pesquisar os antecedentes históricos desse ministério feminino, que acabaria entregando seu relatório final a Bergoglio.
“Eu não sei o que acontecerá. Mas homem, se eu fosse Papa, não gostaria de entrar em uma sala com 1.000 religiosas e não responder à pergunta”, disse a teóloga estadunidense Phyllis Zagano ao National Catholic Reporter, a propósito da futura reunião do Papa e as religiosas. O que Zagano opina tem muito peso. Não apenas era a professora de religião na Universidade Hofstra, em Nova York, uma dos membros da comissão do Vaticano sobre o diaconato feminino. Também continua em contato com assessores próximos ao Papa, que disseram, segundo sua própria admissão, que Francisco “já não pode adiar mais a questão”.
Pode ser que Zagano não saiba perfeitamente o que o Papa fará, mas segundo a teóloga há “indícios” de que Francisco dê sinal verde à reintrodução das diaconisas na Igreja.
O primeiro, seu silêncio. Bergoglio nunca descartou a ideia por completo. Assim como também outras Congregações e Comissões do Vaticano nunca descartaram. Segundo a professora, “nunca disseram que não, mas nunca disseram que sim”.
O segundo, o fato do Documento preparatório para o Sínodo para a Amazônia, deste outono, ter incluído a observação de que “é preciso identificar o tipo de ministério oficial que pode ser conferido à mulher, levando em consideração o papel central que hoje as mulheres desempenham na Igreja amazônica”. Fraseologia esta de “ministério oficial” que, segundo Zagano, só pode se referir ao ministério ordenado.
O terceiro indício para Zagano: a preponderância de provas históricas de que havia diaconisas na Igreja, de sua etapa primitiva até o século XII. Conforme explicou a teóloga, em uma palestra recente:
“A abundante quantidade de provas literárias, epigráficas e históricas em relação às mulheres diaconisas indica que há ainda mais dados sobre elas, especialmente mais liturgias de ordenação, seja sem ter sido descobertas ou perdidas permanentemente, mas sabemos que existiram. Sabemos que foram ordenadas por bispos e que serviram a estes bispos em competências ministeriais… Acredito que tanto a Igreja como o mundo estão afirmando progressivamente que as mulheres são feitas à imagem e semelhança de Deus. Parece, então, que é completamente possível que nada restrinja a ordenação diaconal de mulheres”.
Fonte:
Religión Digital/ IHU – Tradução: Cepat
Que porcaria é essa?