Como será a Igreja do futuro? O teólogo espanhol vislumbra que em 30 anos a Igreja (da Espanha) será uma instituição “mais fraca”, porém “mais evangélica”.
Compartilhamos aqui no Observatório da Evangelização, traduzida do Espanhol por Edward Guimarães, o trecho disponível de uma entrevista com o Pe. José Antonio Pagola, na qual ele apresenta suas reflexões sobre a vida da Igreja para 2050. Vale a pena ler e deixar-se interpelar para refletirmos sobre o futuro da Igreja na América Latina:
Entrevista com José Antonio Pagola
- Você se atreve a vislumbrar como será a Igreja na Espanha em 2050?
R.: Uma Igreja menor, fraca e vulnerável, com menos poder mundano, mas mais evangélica, tentando aprender a viver em minoria e começando a considerar a renovação de decisões que hoje nem ousamos imaginar.
- Que problemas na Igreja hoje podem ser resolvidos ou, pelo menos, aliviados por medidas concretas nas próximas três décadas e quais são difíceis de resolver? Chegará, por exemplo, à ordenação de homens adultos casados, ao diaconato feminino, à corresponsabilidade laical?
R.: Creio que esses problemas não serão facilmente resolvidos por decretos assinados por Roma ou por medidas tomadas nas cúrias diocesanas. É tarde. O problema real é que a fé está sendo perdida entre nós de uma maneira cada vez mais acelerada. As medidas tomadas só podem ser realizadas por crentes.
- Em uma década, segundo alguns relatos, é possível que existam dioceses que não tenha padres para servir às paróquias. Para o que esta situação leva?
R.: A Igreja do futuro não poderá mais se sustentar nos presbíteros. Não somente os padres estarão faltando, mas os seminários serão fechados. Deus está nos levando a uma Igreja não clerical. Será um grande passo em direção a uma Igreja mais evangélica. Mas, a partir de agora, temos que trabalhar para formar esses leigos, que serão o setor decisivo para o futuro da Igreja entre nós. O maior potencial para promover a renovação da Igreja no futuro está nos cristãos leigos e leigas das nossas paróquias. Eu me esforço para contribuir com os Grupos de Jesus para a maturação humilde de homens e mulheres leigos que possam ser sujeitos de uma renovação evangélica, introduzindo na Igreja o que o papa Francisco chama, na Evangelii Gaudium, de “um dinamismo evangelizador que age por atração”.
José Antonio Pagola há anos nos convida a retornar a Jesus, ao Evangelho. Seus livros são um complemento espiritual do qual milhares de comunidades bebem. Os leitores do semanário britânico The Tablet escolheram o seu livro “Jesus. Aproximação histórica” (PPC) como o livro do ano de 2017. Ele já vendeu desde a sua publicação em 2007, 130.000 cópias em castelhano e foi traduzido em uma dúzia de idiomas, incluindo chinês, agora em sua segunda edição .
Fonte:
Com certeza, Deus capacita os escolhidos! Os Leigos em ação!
Com certeza cada dia que passa vemos esses problemas em nossas próprias paróquias.No entanto Deus capacita os chamados, e precisamos nos organizar cada vez mais, pois é gritante as necessidades das igrejas de hoje.Devemos auxiliar os sacerdotes, a messe é grande e os operários são poucos.Inviai Senhor operários para sua messe.
Caro Edward, boa noite. Vejo com muita alegria sua fala que nos remete a várias reflexões inseridas no Projeto de Pastoral”Construir a Esperança”. Já naquele tempo, buscávamos uma formação maior de nosso Laicato visando uma participação sólida e eficaz de todos numa Igreja Missionária, mais Ministerial e com uma Espiritualidade engajada. Desejavamos ter um Laicato presente na Igreja mas comprometido com a transformação da Sociedade. Ética, esperança, compromisso eclesial-social, foram nossas bases de Formação. Os grupos de reflexão eram treinados para serem esta presença forte no mundo, fortalecendo sua presença nos vários seguimentos onde estivessem plantados. Ante este principio vemos claramente a possivel presença forte do laicato. É isto que esperamos: um Laicato presente, atuante, missionário, com formação como nos pede o Papa Francisco: PARA FORA…..