Sobre o Congresso Continental de Leigos

CONGRESSO CONTINENTAL DE LEIGOS

(AMÉRICA LATINA E CARIBE)

Por Paulo Augusto da Silva

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Com o objetivo de lançar um olhar carinhoso sobre a nova hora do laicato na Igreja do Continente Latino-americano e do Caribe, com suas experiências e compromissos, o CELAM organizou o Congresso Continental de Leigos, no Centro Mariápolis Ginetta, em Vargem Grande Paulista, SP, de 1 a 4 de novembro de 2018. Como preparação, tinham sido realizados, durante o ano de 2017, três pré-congressos: do Cone Sul, em Buenos Aires, Argentina, dos Países Bolivarianos, em Chosica, Peru, e dos Países caribenhos, em San Salvador, El Salvador.

O congresso foi acima de tudo uma experiência eclesial. Estávamos presentes leigos e leigas em número considerável, um diácono, alguns bispos, inclusive D. Francisco Niño, do CELAM, alguns presbíteros, entre os quais o representante oficial do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.

Destaque constante foi a necessidade para o leigo de um agir consciente na Igreja e na sociedade. Para tanto, entendemos ser necessária a organização do laicato em cada um dos países e mesmo em âmbito continental. A proposta é uma caminhada em sinodalidade, uma experiência de Igreja em saída, em profunda comunhão com os ministros ordenados, com atenção especial às palavras do Papa, de mãos estendidas a todos os que buscam a transformação da realidade.

Do documento final, extraímos:

“O Congresso aconteceu em um ambiente de fraternidade e comunhão. Vimos e constatamos que o continente latino americano ainda vive muitos problemas de injustiças em muitos ambientes: a desigualdade, o processo político dirigido pelas elites, a corrupção sistêmica, o aumento dos níveis de pobreza, a agressão ao meio ambiente, as ameaças à vida humana, desde sua concepção… Diante de tudo isso, é imprescindível a presença dos leigos e leigas, no mundo social e eclesial”.

Consequentemente, outro ponto a se destacar foi a insistência na proposta de uma fidelidade ao Evangelho, lido à luz do Vaticano II. Enfatizamos que o agir dos leigos e leigas é um agir do povo de Deus: todos temos a missão de testemunhar com palavras e atitudes o amor incondicional de Deus por todas a pessoas, a partir dos pobres. Embora o exercício concreto da missão tenha contornos diferentes, conforme a vocação de cada um, seu núcleo central é sempre a boa nova deste amor. Enfatizou-se também a opção pelos pobres, no ensejo dos 50 anos da Conferência de Medellín. Na verdade, fez-se um histórico de todas as conferências, do Rio de janeiro a Aparecida, para ressaltar que o papel do leigo é ser com a Igreja, ser na Igreja e ser Igreja: em missão, em saída.

Sobre o autor:

Paulo Augusto da Silva é bacharel em filosofia, professor por 20 anos na Faculdade D. Luciano, em Mariana, MG. É membro do Colegiado (hoje Conselho Arquidiocesano de Leigos) da Arquidiocese de Belo Horizonte, desde 1996.