Evangelizar é, antes de tudo, uma ação que procura e se reconhece movida pela fé. Fé na experiência do amor gratuito de Deus por nós revelado pelo Espírito Santo por meio da vida – ações e palavras – de Jesus de Nazaré, a quem reconhecemos o Cristo, Filho de Deus e irmão nosso. A vida de Jesus consignada no Evangelho do Reino é, em última instância, a fonte e a baliza de toda ação evangelizadora.
Aos cristãos, como discípulos e discípulas de Jesus Cristo, comprometidos com a mensagem do Evangelho da Justiça, pessoalmente e em comunidades de fé, cabe:
- cultivar a intimidade com o Pai Nosso que nos liberta e sustenta nossa autonomia;
- o encontro transformador com o Ressuscitado que se faz caminho de salvação;
- a abertura ao Espírito Santo que nos ilumina, na busca diária de viver e conviver pautados pelo amor de Deus e aos irmãos, praticando a justiça, o direito e a misericórdia.
A vida cristã é chamada a ser vivida com a consciência de nossa corresponsabilidade batismal, bem como de nossa pequenez, fragilidade, inconstância e ambivalência. Por isso é tão importante o “vigir e orar para não cair em tentação”.
A beleza e profundidade do testemunho de vida cristã e da dinamização da vida eclesial que o papa Francisco vem dando em seu ministério como pastor e servidor do povo de Deus e da caminhada da Igreja de Jesus Cristo, desde que assumiu há cinco anos o ministério de Pedro, é contagiante, provocante e tem suscitado importantes processos de reforma da Igreja.
Dea Santonico, mulher cristã e mãe de um garoto homoafetivo, depois de ouvir as palavras de Francisco no Fórum Italiano das Associações familiares, de que “A família, a imagem de Deus, é uma só, aquela que une um homem e uma mulher”, reagiu e, movida pela fé, escreveu ao Papa uma carta aberta expondo as entranhas de sua dor e indignação cristã, pedindo que Francisco, homem de Deus portador de palavras de esperança, “não nos deixe só com nossos medos”. Ainda não temos conhecimento de qualquer resposta do papa Francisco a esta mãe e a tantos outros homens e mulheres de fé espalhados pelo mundo mergulhados na mesma dor provocada por esta temática candente e tão importante. Aguardemos a resposta de Francisco. A seguir, o texto da emocionante carta aberta ao papa Francisco escrita pela mãe italiana Dea Santonico. Ela foi publicada por La Repubblica, em 08/08/2018, e foi traduzida para o português por Luisa Rabolini. Confira:
Carta aberta ao Papa da mãe de um garoto homossexual
“Caro Papa Francisco,
Eu escrevo para você depois de ouvir suas palavras no Fórum Italiano das Associações familiares: “A família, a imagem de Deus, é uma só, aquela que une um homem e uma mulher”.
Eu sou a mãe de um garoto homossexual. Meu marido e eu nos casamos há 39 anos e vivemos juntos com nossos dois filhos, Marco e Emanuele, aquela bela aventura, como você a chama, que é a família. Uma aventura em que crescemos juntos, inclusive através das dificuldades. Dois anos atrás, a inesperada comunicação de Emanuele. Poderíamos continuar a viver tranquilamente a nossa vida nos sentindo “bem”, com nossos muitos compromissos: na realidade de base, voluntariado com os imigrantes, estudo da Bíblia… mas, não. O fato de um filho assumir-se, te coloca de volta ao jogo, tudo muda, e é contagioso: nós, pais, também tivemos que nos assumir, quebrando aquela esfera de hipocrisia que gostaria que “daquela parte” de teu filho não se falasse. Foi em 7 de maio de 2016, naquele dia eu dei a luz pela segunda vez a Emanuele. Estou lhe escrevendo porque as palavras que você falou abriram uma ferida em mim. E é preciso dar palavra à dor para que ela não se torne raiva e rancor.
Se o amor entre mim e meu marido é a imagem de Deus, como você imagina que nós possamos nos resignar ao pensamento de que o amor de Emanuele por um rapaz nada possa expressar daquela imagem de Deus?
Não, o nosso amor nunca poderá expressar a imagem de um Deus que seja estranho e distante do amor entre Emanuele e seu companheiro. Se o amor deles não for a imagem de Deus, nem mesmo o nosso será. Porque nós não conhecemos tal Deus. Nós conhecemos um outro, aquele de que falava Jesus. Um Deus partícipe, que escolhe compartilhar o caminho de um povo de escravos, que se torna cúmplice dos pequenos, que se alia com aqueles que estão à margem dos poderes políticos e religiosos de todos os tempos, um Deus que irradia amor, contra toda razoável economia, capaz de livrar-se de sua onipotência para retornar às suas criaturas como um pedinte de amor, para solicitar uma livre resposta de amor.
Quando muito, caso sejamos capazes de expressar um pequeno pedaço daquela imagem, do Deus de Jesus em nossas vidas de indivíduos e de casais, através de nossos amores, todos imperfeitos, “dentro da norma” ou “fora da norma” que sejam, deveríamos fazê-lo na ponta dos pés, sem estardalhaço, sem exibir aquela imagem, porque a imagem de Deus não pertence nem a nós, nem a ninguém. Não se deixa encurralar, escapa às tentativas dos homens de possuí-la e usá-la, dobrando-a aos seus próprios interesses.
Foge dos palácios do poderoso para ser encontrada no último entre os seres humanos, o mais indigno, o mais esquecido, o mais marginalizado e sozinho, para que naquela imagem possa reconhecer-se e, redescobrindo aquele pequeno toque de divino que lhe foi insuflado por dentro, possa ousar expressá-la na sua vida.
Caro Papa Francisco, vivemos na Itália uma fase histórica e política muito difícil, que preocupa os pais de garotos e garotas LGBT. Em muitas ocasiões, você foi capaz de dizer palavras de esperança. Não nos deixe sós com nossos medos”.
Fonte:
Trata-se de situação delicada, profunda. Sei que na vida nem tudo é como almejamos. Ante certas circunstâncias cabe-nos a renúncia em prol de um ideal de perfeição de santidade a que todos somos chamados por Deus! “Aquele que quer ser meu discípulo tome a sua cruz de cada dia e me siga”(Mateus 16,24). Nossa meta principal é a santidade. Os santos dão-nos exemplos de renúncia. Sugiro o livro: “OSENTIDO DA VIDA”, autor Dom Frei Valfredo Tepe, OFM . Editora Mensageiro da Fé Ltda. Salvador Bahia, 1961. (Penso que encontrado em Bibliotcas Franciscanas).
Jesus não se movia por causa da dor e da necessidade humana, ele cumpria a agenda do Pai e respondia a fé daqueles que nele criam. No tanque de Betesda so 1 entre muitos foram curados, multidões o apertavam, mas só 1 mulher (que padecia de hemorragia) foi curada pela sua fé. Não é porque essa mãe tem medos, sufrimiento e dores que o que Deus ordenou deve ser distorcido ou negado. E pior, não se pode cair no grave erro de dizer que nosso amor humano é reflexo do amor de Deus. Essa senhora deveria ler a carta de 1Corintios 13 para ver que o amor da filha dela nada tem haver com o amor de Deus (Cristo), além de ver o capitulo 1 da carta de Paulo aos Romanos onde o mesmo define o “amor” descrito por essa senhora e de sua filha como “paixões infames” (verso 26). Dor, sufrimiento e outros flagelos humanos são consequência de nossa degeneração pelo pecado e isso JAMAIS pode ser usado como justificativa para mudar um padrão e uma verdade biblica. Mas nas proprias palavras da mãe ela deixa transparecer com ironia o seu proprio desconhecimento sobre o quem é Deus: “Se o amor deles não for a imagem de Deus, nem mesmo o nosso será. Porque nós não conhecemos tal Deus”. Efetivamente, ela não conhece a Deus. Aquele que não atenta e crê na verdade clara da Bíblia jaz em engano e em trevas. Precisamos nos ARREPENDER por negligenciar os nossos pecados e distorcer a verdade de Deus.