Há uma dimensão social imprescindível na ação evangelizadora da Igreja. Sem ela a evangelização perde sua razão de ser: promover a dignidade da vida como culto agradável a Deus.
Este projeto foi fundado há 30 anos em Minas Gerais, Belo Horizonte, na comunidade de Vila Maria, conhecida como “Favela dos Caixotes”, no Bairro Jardim Vitória, oficialmente, em 1º de maio de 1988. Trata-se de uma entidade filantrópica que atende a cerca de 1.600 crianças, adolescentes e jovens, na faixa etária de 2 a 18 anos, em situação de risco social, violência familiar e extrema pobreza.
A partir de um pedido especial de Dom Serafim Fernandes de Araújo, Cardeal Arcebispo, Padre Mário Pozzoli, Barnabita, reuniu estatísticas da população jovem da favela, dando início a um projeto de resgate de milhares de crianças e adolescentes. Com a experiência de seis anos em Vila Maria e diante da necessidade da população do Taquaril, em 1994, foi implantado, neste local, a segunda unidade do Projeto denominado Projeto Providência Páscoa. E, pelas mesmas necessidades, em 2001, foi implantada a terceira unidade, no Fazendinha, Aglomerado da Serra.
Três unidades da Associação Projeto Mariana:
- Unidade Vila Mariana, que existe desde 1988;
Rua D, nº 300 – Vila Maria – Bairro Jardim Vitória
Belo Horizonte – Minas Gerais CEP: 31.395-390
Telefax: 0(xx) 31- 3493.5227 – CNPJ: 26.230.607/0001-51
e-mail: vilamaria@projetoprovidencia.org
- Unidade Taquaril, que existe desde 1994;
Rua Alair Pereira da Silva, 100 – Conjunto Habitacional do Taquaril
Belo Horizonte – Minas Gerais CEP: 30.290-580
Telefone: 0(xx) 31-3483.3887 – CNPJ: 26.230.607/0005-85
e-mail: taquaril@projetoprovidencia.org
- Unidade Fazendinha, Aglomerado da Serra, que existe desde 2001.
Rua Castelo Novo, 1001 – Bairro Fazendinha (aglomerado da Serra)
Belo Horizonte – Minas Gerais Cep: 30.260-380
Telefone: 0(xx) 31-3283-1949 – CNPJ: 26.230.607/0006-66
e-mail: fazendinha@projetoprovidencia.org
Estima-se que já passaram mais de 40.000 crianças e adolescentes na Associação Projeto Providência ao logo desses anos.
Os princípios e ideologia institucional são…
- CAUSA: Educar para vida cuidando do ser humano, com inclusão social.
- MISSÃO: Educar para vida crianças, adolescentes e jovens em situação de risco social, favorecendo o desenvolvimento integral e o exercício da cidadania.
- VISÃO: Ser referência no atendimento e valorização humana de crianças, adolescentes e jovens em risco social.
- VALORES: compromisso, confiança, dedicação determinação, dinamismo, fé e esperança, liberdade, ousadia, respeito, responsabilidade, simplicidade, transparência.
Particularidades do Projeto Providência
A Associação Projeto Providência mantêm uma equipe multi e interdisciplinar em função de expandir o atendimento dos beneficiários às suas famílias e comunidades. Algumas particularidades contextuais foram diagnosticadas: População infanto juvenil desprovida de benefícios sociais, vivendo situações de pobreza extrema, enfrentando riscos pessoais e sociais, onde convivem diariamente com o tráfico de drogas, ociosidade, alcoolismo, abuso sexual, violência doméstica, baixa escolaridade, abandono, dentre outros.
Nas três comunidades, o Projeto Providência mantém, de uma forma peculiar, um trabalho com grupos de dança, teatro, música, artes circenses, dentre outros. Os grupos são formados com os beneficiários que participam do atendimento diário do Projeto.
Os maiores problemas que enfrentamos junto às comunidades do entorno do Projeto partem de um contexto base, que é a disseminação das drogas. A equipe técnica, multidisciplinar atuante junto à rede de atendimento as crianças e adolescentes, está cada vez mais próxima dos atendidos e consegue diagnosticar a realidade. Os furtos, roubos, delitos, violência doméstica e sexual, formação de gangs, estão diretamente relacionados às drogas e consumo excessivo de álcool.
Junto à equipe técnica, a psicóloga, assistente social e pedagoga das três unidades mantém um estreito diálogo com os Centros de Saúde, Escolas, Conselhos Tutelares, Associações Comunitárias, Promotoria e regionais municipais. Há também uma participação efetiva nos Conselhos de Direitos, Frente de Defesa e Fórum dos Diretos da Criança e do Adolescente.
Mais do que transmitir conhecimentos específicos, nas ações da Associação, busca-se desenvolver valores e atitudes, promover a sociabilidade e a capacidade criativa, estimular o potencial cognitivo, propiciar uma atitude positiva frente ao conhecimento e a vontade em aprender cada vez mais. As atividades oferecidas incentivam o desenvolvimento da autonomia, levando as crianças, adolescentes e jovens a buscar sua própria qualidade de vida.
É indiscutível a importância de projetos sociais no combate à desigualdade social, um mal presente na maioria das comunidades carentes do nosso país.
PRINCIPAIS ATIVIDADES
A Associação Projeto Providência conta com um quadro de empregados o qual chamamos todos de educadores e a entidade oferece atendimento diário à crianças e adolescentes de 02 a 14 anos, em horário complementar ao da escola formal. Atendemos também a toda a comunidade através de Programas/Projetos especiais.
- Unidades de Execução: Vila Maria / Taquaril / Fazendinha
- Dia: Todos os dias de segunda-feira a sexta-feira
- Horário de funcionamento: Manhã: 07h as 11h – Inicia com o lanche e encerra com o almoço
Tarde: 13h as 17h – Inicia com o lanche encerra com o jantar.
PROGRAMAS ESPECÍFICOS POR FAIXA ETÁRIA:
É na Educação Básica, que a crianças tem as primeiras experiências fora do núcleo familiar, e precisa receber estímulos para o seu desenvolvimento nos aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social para o seu desenvolvimento integral. No Projeto Providência as crianças de 2 a 5 anos, recebem: educação de qualidade, duas refeições diárias, uniformes e material escolar. (Apoiador: Colégio Santa Maria)
As crianças e adolescentes 06 a 14 anos do socioeducativo são divididas em grupos de 25 crianças de por proximidade de idade para melhor interação e convivência. A rotina diária das crianças consiste no seguinte cronograma:
- Chegada: lanche
- Oficina pedagógica – reforço escolar
- Oficinas lúdicas (arte, arte em madeira, dança, circo, teatro, recreação)
- Oficinas de formação humana.
- Oficina de Informática.
- Oficinas de esporte (judô, capoeira, futsal e volei)
- Saída (almoço ou jantar)
Este Projeto busca perceber a adolescência como uma janela de oportunidades para os jovens que completam 15 anos na APP. O projeto simboliza o fechamento da etapa do projeto sócio educativo.O Projeto Meus 15 Anos nasce da necessidade de contemplar um público desassistido pelas políticas públicas. É um Projeto inovador por proporcionar ações que permitem o adolescente construir um projeto de vida e ser protagonista de sua vida. Através da realização de palestras e encontros motivacionais, capacitação que prepara os adolescentes para a saída da instituição e busca encaminhá-los para programas do jovem aprendiz.
Para a Juventude temos o Programa Jovens em Ação, que promove ações, encontros, passeios e palestras voltada a temas sugeridos pelos jovens. Bem como, disponibiliza o espaço físico para o desenvolvimento de atividades esportivas e artísticas.
No biênio 2016-2017, realizamos o projeto “Oficinas: Grafite e Cidadania”, que proporcionou ao público de 13 a 29 anos a participação em oficinas de grafite nas três comunidades Taquaril, Fazendinha e Vila Maria, Seminário “Grafite: arte e inclusão social nas Cidades” e Grafite Mural. Para a realização deste projeto contamos com o apoio do Fundo Estadual de Cultura, projeto 0244/01/2016/FEC e da Puc Minas.
- Público total atendido: 300 pessoas.
De 30 anos em diante – Grupos formados por mães, pais e avós das comunidades que fazem encontros, cursos, e oficinas. Para este público:
- Disponibilização de espaço físico
- Promoção de encontros, passeios e palestras
- Estimulo a criação de cooperativas de trabalho
- Oferta de Cursos de Capacitação
No ano Biênio 2016 – 2017, oferecemos para este público de forma gratuita oficinas de Corte e Costura e Culinária.
Fortalecendo Vínculos Afetivos
O Projeto tem o objetivo de promover o fortalecimento dos vínculos das famílias das crianças e adolescentes inscritas no Projeto Providencia, a fim de prevenir as situações de risco pessoal, social e combater a violência domésticas.
O Fundador
De 1988 para cá, pe. Mário Pozzoli fez para milhares de pessoas pobres o que muitos governantes brasileiros não conseguiram fazer. Tirou-as de uma situação de miséria e desesperança e deu-lhes amor, formação humana e profissional. As várias pessoas que passaram pelo Projeto Providência só têm palavras de agradecimento a esse “homem de Deus”.
Aliás, pe. Mário afirma que foi Deus, quando ele tinha 10 anos de idade e estava dentro da igreja de sua cidade-natal, Lentate Sul Seveso (Itália), que o chamou para ser missionário. Ele entrou para a Congregação dos Padres Barnabitas e veio ser missionário no Brasil. Após 20 anos no Pará e cinco no Rio de Janeiro, mudou-se para Belo Horizonte, onde também atendeu ao pedido do então arcebispo, cardeal dom Serafim Fernandes de Araújo, para que iniciasse uma obra social, com o objetivo de atender às crianças e jovens da Favela dos Caixotes, hoje Vila Maria.
Como é do seu feitio, padre Mário não se esquivou. Com seu jeito “esquentado” e coração de manteiga, foi juntando crianças, jovens, educadores e colaboradores. Mesmo com as dificuldades financeiras, o sacerdote expandiu o Projeto para outras favelas. Hoje são três unidades, cerca de 3 mil crianças, adolescentes e jovens atendidos e despesas diárias de aproximadamente R$ 10 mil. “Sinto-me um parceiro de Deus e meu sonho é que projetos semelhantes cheguem a todas as favelas do Brasil”. Saiba um pouco mais sobre suas ideias.
Entrevista com o fundador, o Pe. Mário Pozzoli:
1. Como o senhor se sente à frente do Projeto Providência?
Eu me sinto um escolhido por Deus para realizar um maravilhoso plano de amor, em favor da juventude das favelas.
2. O Projeto foi fundado em 1988 e atende, diariamente, cerca de 3 mil crianças, adolescentes e jovens. Como o senhor o sonhou?
Eu não sonhei: só obedeci a um pedido do então arcebispo de Belo Horizonte, cardeal dom Serafim Fernandes de Araújo, para fazer alguma coisa em benefício das crianças e adolescentes de Vila Maria (antiga Favela dos Caixotes), que pertencia à Paróquia Nossa Senhora das Vitórias, da qual eu era pároco.
3. E como o senhor realizou o pedido de dom Serafim?
O Projeto se realizou por si mesmo. Dom Serafim pediu que eu fizesse alguma coisa e eu comecei.
4. Que condições o senhor tinha para “fazer alguma coisa” que depois se transformou nesta obra grandiosa, que é hoje o Projeto?
Eu não tinha nada: não tinha espaço; não tinha dinheiro; não tinha pessoas conhecidas (era recém-chegado do Pará).
5. Mas que capacidades especiais o senhor tinha e tem para desenvolver e coordenar uma obra dessa?
As pessoas que me conhecem dizem: “você é doido, você é estúpido, você é brigão… Alguém me disse que eu tenho muita fé”. Quantos projetos que os técnicos de vários Governos lançam e depois de um tempo desaparecem… E o Projeto está aí desde 1988! Eu mesmo estou surpreso, porque vejamos: 1. Não estudei Psicologia e devo coordenar cerca de 200 trabalhadores no Projeto, a maioria proveniente das próprias comunidades; 2. Não estudei Sociologia e devo atender cerca de 3 mil crianças e adolescentes e aos problemas dos pais deles (naturalmente com a ajuda de muitos colaboradores); 3. Não estudei Pedagogia e devo participar e orientar os professores; 4. Não estudei Economia e devo administrar os gastos de R$ 10 mil reais por dia, sem uma entrada fixa (muitas vezes trabalhando no vermelho); 5. Não estudei Política e/ou Diplomacia e tenho que tratar com políticos e autoridades.
6. Mas, afinal, qual o segredo do sucesso do Projeto?
Não sei! Não sabia e nem esperava que o Projeto se desenvolvesse tanto; talvez se tivesse sabido… A minha visão é esta: entrei num barquinho na beira mar (“fazendo alguma coisa”) e quando abri os olhos estava num grande navio cheio de crianças no meio do mar: o que fazer? A tentação era abandonar o navio. Mas como? Não podia ter essa coragem, nem pensar! E até hoje o navio é sempre maior, do mar passou ao oceano, as tempestades aumentaram… Só Deus pode dizer qual é o segredo e dar uma solução.
7. O senhor já pensou em fazer alguma coisa diferente para sensibilizar as autoridades e a sociedade para atender aos excluídos? Por exemplo, o bispo dom Cápio faz jejum para que não haja a transposição do rio São Francisco. E o senhor, já pensou em fazer algo especial?
Bem… Eu “brigo” muito para conseguir o mínimo para atender às 3 mil crianças… Ah, sim: eu passei 15 dias na Praça 7, no centro de Belo Horizonte, inclusive me limitando a comer, durante o dia, só pão seco e água.
8. E deu resultado?
Deu… Nem tanto, mas deu… A entrevista que a Rádio Itatiaia fez comigo, naquela ocasião, mexeu com o pessoal. Acho que ainda estão amadurecendo os frutos daquilo que plantamos.
9. O senhor já foi ameaçado de morte?
Umas seis vezes, grupos quiseram se organizar para acabar com quem prejudicava seus negócios atendendo às crianças, mas terminou não dando em nada. Por duas vezes, fiquei na mira de armas de fogo: a primeira foi uma espingarda usada por uma pessoa, que estava escondida sobre uma árvore, a 5 metros de distância; e a outra, uma pistola apontada na minha cara. Mas, Deus me salvou.
10. Mas o que lhe dá tanta vontade, tanta força para enfrentar as dificuldades? O que o senhor ganha com isso?
Nem penso em ganhar. Para mim, o que faço comparo à vontade que todo mundo tem de viver. Por que todo mundo quer viver? Se meus pais me deram a vida que tenho, Deus me deu essa vontade de servir aos mais necessitados. Dom Serafim concretizou isso, me pedindo para “fazer alguma coisa” para as crianças das favelas. Mas a raiz profunda que me leva, naturalmente, a me ocupar dos mais necessitados, vem de Deus.
11. Como o senhor pode ter certeza disso?
Pode parecer incrível, mas é a verdade. Quando tinha 10 anos e meio, rezando aos pés de Nossa Senhora do Rosário, padroeira da minha cidade, senti claramente um chamado de Deus para ser missionário. Isto é, ser aquele sacerdote que deixa até sua terra, seus parentes, para ir servir onde há necessidades especiais.
12. Com menos de 11 anos, o que o senhor podia entender de chamado ou de vocação?
Pois é… Mas o chamado foi tão forte, tão explícito que inundou todo o meu ser. Um colega meu, que estava do lado, quando saímos da Igreja me perguntou: “o que aconteceu com você, Mário?” Eu não quis falar, mas sabia muito bem o que tinha acontecido! Depois de anos, o mesmo amigo ainda me perguntava: “você lembra aquele dia… o que aconteceu com você“? Aí eu falei a verdade. Até hoje sou o que sou, porque senti aquele chamado e, se eu um dia afirmasse que não sei se Deus me chamou, seria o pior mentiroso do mundo.
13. É uma vida e tanto… Mas e agora, o que o senhor pensa em relação ao futuro?
Em relação ao Projeto está nas mãos de Deus. Não consigo prever o futuro. Só peço a Deus que ele não se transforme em colégio para atender a filhos de ricos. Não seria mais o Projeto Providência.
14. E seus sonhos, quais são eles?
Sonhos eu tenho demais, mas vou relatar alguns. O primeiro é que cada favela tenha um Projeto Providência ou coisa parecida, que atenda à juventude. Outro sonho é que cada pároco, que tem uma favela em sua paróquia, comece a “fazer alguma coisa” específica para o futuro dos jovens. Tenho ainda mais dois sonhos, que valem para a juventude do mundo inteiro, mas que são mais urgentes (e talvez mais difíceis) para o jovem pobre: que as crianças e adolescentes sintam a alegria de participar do estudo (educação). Toda criança sonha crescer, e o estudo bem feito a faz crescer com alegria. E que todo jovem sinta a alegria do trabalho. O jovem normal (isto é, bem atendido na sua infância) gosta de se realizar no que produz. O trabalho bem feito lhe dá condições de participar da criação. Ele se torna um parceiro de Deus: o que é melhor do que isso? Eu me sinto um parceiro de Deus!!
15. Falando em parceiro, qual a ajuda que o Governo dá ao Projeto?
Todo mundo sabe que o Governo está passando por grandes transformações em relação à política de assistência social, em particular a assim chamada “municipalização”. Os Governos Federal e Estaduais não têm mais verba para aplicar diretamente na camada mais pobre.
Com você pode ajudar?
Parcerias:
A Associação Projeto Providencia é uma entidade beneficente da área de assistência social, portadora do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS – Assistência Social.
Fonte:
projetoprovidencia.org