“Círculos Bíblicos” são ou podem ser também “Grupos de Jesus”?

O biblista espanhol José Antônio Pagola, autor de muitos estudos publicados sobre a pessoa de Jesus, os Evangelhos e seguimento de Jesus, vem promovendo a proposta de se formar “Grupos de Jesus”. Grupos de cristãos e pessoas de boa vontade que se reúnem para cultivar intimidade com o Evangelho do Reino e, assim, melhor conhecer a pessoa de Jesus, a fé de Jesus e o seu compromisso com o projeto do Reino de Deus, para mais amá-lo e segui-lo:

Os Grupos de Jesus são pessoas e grupos que querem viver juntos um processo de conversão individual e grupal a Jesus, mergulhando na essência do Evangelho de Jesus Cristo de maneira simples.

Estes grupos, convocados e encorajados por Jesus, vivem uma experiência renovadora num clima de amizade fraterna durante um período de quatro a cinco anos.

Isto não se destina a substituir outros processos catequéticos, de iniciação a vida cristã (catecumenatos) ou realidades semelhantes, que têm os seus próprios objetivos e métodos, mas sim para ajudar a construir uma Igreja mais fiel a Jesus, assim como colocar-se a serviço do projeto humanizador do Pai, o que Jesus chamava de Reino de Deus.

Esta nova experiência eclesial foi iniciada há anos por José Antonio Pagola. Auxiliados pelos dois livros de Pagola, “Voltar a Jesus” (apresentação e fundamentação da proposta) e “Grupos de Jesus” (roteiros para os grupos de Jesus), criamos um espaço virtual (www.gruposdejesus.com) de comunicação e participação de todos os grupos de Jesus que existem hoje e de todos os interessados ​​em viver juntos este processo, em rede, a partir da dinâmica da “Igreja em saída” promovido pelo papa Francisco.

 

Entre nós, desde o final dos anos 60, em nossa busca criativa de receber e concretizar o Concílio Vaticano II, faz história os “Círculos Bíblicos”. Pequenos grupos de cristãos que se reúnem para conhecer e cultivar intimidade com a Palavra de Deus e, com a luz que irradia dessa Palavras, refletir criticamente sobre a nossa caminhada, com seus desafios e urgências.

Que semelhanças há entre as duas propostas? Elas podem ser vividas conjuntamente e com mútua inspiração? Para avaliar conheçamos mais de perto a proposta de Pagola:

 

Para a organização dos “Grupos de Jesus”

Primeiros passos

Fazer parte dos “Grupos de Jesus” não requer preparação especial. É suficiente que um grupo de pessoas queira ouvir juntos o Evangelho para voltar a Jesus com o desejo de melhor conhecê-lo, para mais amá-lo e segui-lo.
Não é necessário que eles sejam cristãos praticantes. Podem participar pessoas que  já creem com convicção, pessoas que estão em busca por se sentirem atraídas por Jesus e até mesmo pessoas que se sentem em dúvida. Ele está no coração de todos, despertando nossa fé ou o desejo de uma vida mais digna.

Sobre o papel do(a) moderador(a) ou coordenador(a)

Para iniciar um “Grupo de Jesus” não é necessário a presença de presbítero ou religioso(a). Mas é necessário que alguém discretamente conduza, anime e encoraje o grupo. Não é necessário que esta pessoa saiba mais do que ninguém. O grupo não se reúne para ouvi-la, mas para ouvir a Jesus, que nos fala pelo Evangelho.
A missão do(a) moderador(a) ou coordenador(a) é a de convocar todos os membros,  garantir que todos participem de um diálogo amigável, com respeito mútuo e de maneira positiva, que o Evangelho seja ouvido e que seja criado um clima de oração e conversão a Jesus, seguindo os vários passos da reunião.

 

A iniciativa dos leigos e leigas

Os “Grupos de Jesus” podem ser constituídos e animados por qualquer cristão. Os leigos e leigas encontrarão nestes grupos um novo espaço para o seu compromisso evangelizador.
Não devemos pensar em grupos grandes e complexos, mas, acima de tudo, em pequenas células em torno de doze pessoas mais ou menos.
Há grande variedade de grupos:  grupos formados por amigos, vizinhos, casais cristãos, casais em situação irregular, ex-alunos de uma escola, jovens, trabalhadores, religiosos e mães…

Duplo compromisso

Começar a jornada em um “Grupo de Jesus” exige um duplo compromisso com o qual todos, juntos, são chamados a assumir e ser solidários:
1. Nós nos comprometemos a preparar pessoalmente a reunião: o bom progresso do grupo dependerá, em grande parte, do trabalho que cada um faz em casa antes da reunião.

2. Nós nos comprometemos a participar ativamente das reuniões. Nem todo mundo tem a mesma facilidade para falar e dialogar, mas todos nós estamos no grupo para, com toda simplicidade, contribuir e não apenas para receber.

Criatividade do grupo

No livro Grupo de Jesus, os participantes encontram todo o auxílio necessário: para descobrir entre todos a mensagem do Evangelho, para motivar a conversão pessoal, para estimular o compromisso do grupo no e com o projeto de Jesus e para praticar a oração. Sugestões de oração também são propostas ao grupo, mas, naturalmente, o grupo deve desenvolver sua própria criatividade (músicas, símbolos, gestos, música ambiente…).

Antes de começar a caminhada

É conveniente que a caminhada seja feita de forma correta, mas é o grupo que, com autonomia, tem que decidir, de acordo com a sua realidade, a periodicidade e o ritmo das reuniões, bem como o local mais adequado e a sua duração …
Portanto, antes de começar a caminhada é muito importante fazer uma reunião ou duas para começar a se conhecer, entender melhor o que é um “Grupo de Jesus”, especificar e buscar o consenso entre todos sobre os aspectos práticos necessários: o lugar e a frequência das reuniões, a distribuição das tarefas, a aquisição dos materiais, a preparação do primeiro encontro…

 

Fonte:

www.gruposdejesus.com

3 Comentários

  1. O título do grupo é muito convidativo, mais do que “Círculo Bíblico”. Participei nos anos 80 deste grupo em minha paróquia, Areal-Rj. Muito oportuno para estreitar o convívio com Jesus e com os irmãos. Gostaria de adquirir os livros para aprofundar a idéia. Se possível comuniquem onde adquirir. Agradecida.

    • Olá Marizia, como vai? Aqui é o Edward, secretário executivo do Observatório. Que alegria receber seus comentários que tanto enriquecem o nosso Observatório da Evangelização – PUC Minas. Os livros podem ser adquiridos na editora Vozes. Com estima fraterna, Edward

      • Caro irmão, muito grata pela informação, moro aqui na sede da Editora Vozes. Abraço cordial, Marízia Lippi.

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