50 anos de Medellín: De Medellín a Francisco – A recepção do Concílio Vaticano II continua a nos desafiar

Na sequência do VI Colóquio de Teologia e Pastoral através da parceria entre as três faculdades de Teologia de Belo Horizonte – FAJE, ISTA e PUC Minas – pelo  Centro Loyola de Espiritualidade, Fé e Cultura e pelo Observatório de Evangelização – PUC Minas, foi acolhido, no terceiro dia, o palestrante Prof. Dr. Pe. Francisco de Aquino Júnior, que desenvolveu o tema: Medellín – perspectivas em tempos de magistério e da reforma eclesial do Papa Francisco.

Segundo o palestrante Francisco Aquino Júnior, celebrar os 50 anos de Medellín e os cinco anos do Pontificado do Papa Francisco, não pode ser apenas interpretado como uma coincidência cronológica, mas teológica. A relevância teológica e social de Medellín e o pontificado de Francisco jamais podem ser explicados na vida da Igreja e da sociedade como mais uma Conferência Episcopal e mais um Papa, diz o prof. Aquino Júnior. O marco fundamental, que ilumina tanto Medellín quanto o Papa Francisco, é justamente o Concílio Vaticano II. Em razão disto, não se pode dizer que as coisas continuaram ou continuam como antes, mesmo que alguém possa ainda manter uma mentalidade contraditória ao marco eclesial de Medellín e Francisco. O Vaticano II provoca e marca um novo processo, um antes e um depois, assim como a partir de Medellín, tem-se um novo marco na história da América Latina.

A perspectiva teológica – pastoral – social de Medellín é assumida pelo papa Francisco quando, o mesmo, indica a volta a Jesus Cristo, à centralidade do Evangelho e, neste horizonte, compreende a posição Teológica da Igreja no coração do mundo. Aberta ao mundo moderno, a Igreja, permanentemente, deve conscientizar-se do importante serviço que é chamada a prestar ao mundo indo ao encontro da humanidade sofredora através de suas variadas periferias existencial. Assim como em Medellín a Igreja assumiu sua presença e missão a partir da lógica dos pobres e pequenos, o papa Francisco, logo no início de seu ministério como sucessor de Pedro, já nos exortava a sermos uma Igreja pobre e para os pobres:

Por isso, desejo uma Igreja pobre e para os pobres. Eles têm muito para nos ensinar. Além de participar do Sensus Fidei, nas suas próprias dores conhecem o Cristo sofredor. É necessário que todos nos deixemos evangelizar por eles. A nova evangelização é um convite a reconhecer a força salvífica das suas vidas, e a colocá-los no centro do caminho da Igreja. Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolhera misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles” (EG 198).

Portanto, a importância de Medellín e do papa Francisco para a vida da Igreja e da Sociedade a partir de uma perspectiva teológico – pastoral, nos desafia e nos confronta a uma renovada ação evangelizadora em sua dimensão teórica e prática.

Leia na íntegra o artigo em:

http://faje.edu.br/periodicos/index.php/perspectiva/article/viewFile/3927/3954

 Pe. Joel Maria dos Santos

Membro da equipe executiva do Observatório da Evangelização

Vigário episcopal do Vicariato episcopal para ação pastoral