“Somos gratos a Deus porque podemos dizer que, em certo sentido, também fomos libertos da escravidão do afastamento e da falta de confiança mútua… Somos irmãos e irmãs que, após muitos anos separados, ficam felizes de se encontrar mais uma vez e aprender um sobre o outro, e avançar de coração aberto”. As comunidades se esforçaram para continuar no caminho do conhecimento e da estima mútua, através do diálogo que é realizado “num espírito de honestidade e integridade” com “amor pela verdade, caridade e humildade”.
Papa Francisco no 50º aniversário da Comissão Internacional Mista de Diálogo Metodista-Católico.
Antes de ler a reportagem a seguir, contemple a imagem que alimenta o futuro aberto pelo diálogo entre católicos e metodistas, quando, em janeiro de 2014, a bispa metodista Anne Robertson unge o cardeal católico Sean O’Malley:
Papa Francisco: o testemunho comum da fé pode fortalecer católicos e metodistas
Os católicos e os metodistas podem se fortalecer mutuamente através de um testemunho compartilhado da fé, especialmente através de atos de amor aos pobres e marginalizados, afirmou o papa Francisco.
O chamado mútuo à santidade compartilhada por ambas as comunidades “é necessariamente um chamado à comunhão com os outros”, disse o Papa, no dia 19 de outubro de 2017.
A reportagem é de Junno Arocho Esteves, publicada por Catholic News Service, 19-10-2017. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
“Quando, como católicos e metodistas, ajudamos e reconfortamos, juntos, os fracos e os marginalizados – aqueles que se sentem distantes, estrangeiros e alienados da nossa sociedade – estamos respondendo ao chamado do Senhor“, declarou.
O Papa se reuniu no Vaticano com membros do Conselho Metodista Mundial, que estavam em Roma para comemorar o 50º aniversário da formação da Comissão Internacional Mista de Diálogo Metodista-Católico.
Ao receber os membros da delegação, o Papa disse que, na Bíblia, o 50º aniversário é um momento significativo para o povo de Israel, no qual a liberdade é proclamada em toda a terra.
“Somos gratos a Deus porque podemos dizer que, em certo sentido, também fomos libertos da escravidão do afastamento e da falta de confiança mútua“, disse.
Citando o Concílio Vaticano II, o Papa afirmou que, desde então, ambas as comunidades se esforçaram para continuar no caminho do conhecimento e da estima mútua, através do diálogo que é realizado “num espírito de honestidade e integridade” com “amor pela verdade, caridade e humildade”.
“Somos irmãos e irmãs que, após muitos anos separados, ficam felizes de se encontrar mais uma vez e aprender um sobre o outro, e avançar de coração aberto“, declarou.
O papa também lembrou a vida e o exemplo de John Wesley, um dos fundadores do metodismo, que dedicou sua vida a ajudar os outros a “viver uma vida santa”. Ao reconhecer os que se dedicam a ler a Bíblia e a orar, disse, os católicos “não podem deixar de se alegrar” quando a obra do Espírito Santo é reconhecida “em outras confissões cristãs”.
Assim como os discípulos que aguardam a chegada do Espírito Santo no Pentecostes, os católicos e os metodistas devem “permanecer juntos” na oração e ter esperança de que o Espírito de Deus possa “provocar o milagre da unidade reconciliada“.
“Aprendemos a nos enxergar como irmãos e irmãs em Cristo”, disse o papa. “Agora é hora de nos prepararmos, com uma humilde esperança e esforços concretos, para esse reconhecimento total que acontecerá, pela graça de Deus, quando, finalmente, poderemos estar juntos para dividir o pão.”
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