A forma de vivenciar a dinâmica dos acontecimentos se transformou profundamente nesse mundo cada vez mais conectado por meio das redes sociais. Uma avalanche diária de notícias, selfies, fotos, vídeos, seguidos de inúmeros comentários e curtidas se espalham com fantástica rapidez. A vivência da religião não escapa dos registros on line. Cada rito, cada gesto, cada olhar, em seus múltiplos ângulos, passa a ser registrado, transmitido e contemplado pelos presentes e, virtualmente, por um incontrolável número de pessoas nas redes sociais. O que é registrado está a provocar reflexões diversas sobre o sentido, o significado ou mesmo sobre a coerência entre o que é celebrado e a sua composição estética. Por exemplo, padres ornamentados: o que nos diz?
Ao longo da Semana Santa, circularam pela internet reflexões profundamente críticas sobre os diversos paramentos utilizados na liturgia por alguns presbíteros e seminaristas. Pela importância do conteúdo discutido, disponibilizamos aqui no Observatório da Evangelização a polêmica causada a partir do desabafo da professora de teologia da PUC-Minas, Solange do Carmo, na expectativa de provocar e enriquecer o debate travado nas redes sociais.
Diante de inúmeras imagens de padres ornamentados, divulgadas nas redes sociais, a teóloga Solange Carmo não se conteve; reagiu criticamente e publicou a seguinte postagem em sua rede social:
“Meu Deus, não sei se fico mais assustada com as notícias da lava-jato e da administração Temer ou com o tanto de postagens mostrando os panos e adereços religiosos que meus alunos e ex-alunos de teologia redescobriram nos armários das paróquias! Batina, capa, túnica, sobrepeliz e até barrete! O brega voltou à moda; tornou-se fashion! Não me envergonhem, alunos meus! A teologia que vocês aprenderam nos dois institutos onde leciono não ensinou vocês a revirarem os armários em busca de modelitos religiosos, mas a revirarem as entranhas do coração em busca da misericórdia… Meu Deus, onde foi que erramos?“
Essa provocativa postagem da professora, doutora em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE, suscitou imediatos comentários. Muitos endossaram a crítica da teóloga:
“Suas palavras me representam Solange Carmo. Ah, meus ex-alunos, onde foi que erramos?” (Tereza Pereira); “São as famosas teologias do pano e da fumaça…” (Harrison Saraiva); “Pena que nos bastidores das aulas sempre o assunto foi os panos, sem contar que muitos já faziam seu guarda-roupa antes mesmo de ordenar, essa sempre foi a preocupação. Ainda com brincadeiras ‘quem vai segurar minha capa de asperge?’ Talvez a vestimenta consiga prender a atenção, porque penso que o discurso deve ser uma tristeza. Pena mesmo.” (Dener Souza); “Não sei se a pergunta sobre o erro cabe a vocês professores, Solange Carmo. Afinal muitos passam pelos bancos de escolas e faculdades como patos. Dentro da água, mas com penas secas. E por falar em penas é de dar pena.” (Helder Alvarenga); “É um vazio de sentido, amiga Solange Carmo, o que precisa ser coberto e enfeitado. Ele precisa do disfarce. Eu acompanho você no assombro quanto aos atores, mas acrescentaria ainda o gosto dos espectadores desse espetáculo religioso. Espiritualidade se constrói no silêncio, no serviço, na nudez… Espiritualidade do espetáculo, da mera exterioridade. Quem ainda precisa disso? (Flavio Senra); “… e isso das vestes, ‘dos panos e adereços’ é ainda mais gritante quando as palavras e gestos litúrgicos fazem memória de um esvaziamento, de um despojamento e de um desnudamento supremo, que é o de Jesus na entrega de si à morte. Vê-se que o exterior, o que aparece, é a negativa da fé que se professa com boca. É um Frankenstein religioso.” (Tânia Mayer); “Algumas vezes, já pensei em fazer uma postagem com ideias semelhantes as que você expressou aqui… Meu facebook está quase congestionado com tanta foto da semana santa postada por padres e seminaristas… Estou percebendo que os religiosos de dioceses dos interiores dos estados são mais propensos à teologia dos panos e das fumaças…” (Renato Alves de Oliveira); “Parece que o fenômeno é complementar às duas realidades: de um lado os desafios impostos pelo cenário político/ social pelo qual passamos gera tamanha angústia que a válvula de escape seja a ‘facilidade’ dos panos, muitos adereços e pouca reflexão e comprometimento. Não vi ainda nestas postagens, em nenhuma até agora, uma arte, algo que faça refletir, uma profecia a denunciar a opressão pela qual passamos, a realidade crua & nua despe o Cristo, com a desforra dos direitos dos pobres & as sacristias tentando aliviar, camuflar com panos, em verniz a esconder a dureza mesma da realidade.” (Juliano Coelho Lopes); “Concordo completamente com você, Solange Carmo. Convido aos embatinados a virem passar alguns dias comigo no Mato Grosso e rezar cinco missas no domingo. Tenho certeza que trocarão a batina por uma veste mais sóbria. E tenho certeza que as comunidades os amarão não pela veste, mas pela prédica e pela acolhida!” (Wenderson Nascimento).
Alguns inclusive, em sintonia com as críticas do Papa Francisco, mostraram que essa realidade explicitada na Semana Santa seria apenas um reflexo da situação eclesial que precisa ser urgentemente repensada, com toda seriedade: a formação que está sendo oferecida nos Seminários para os futuros presbíteros da Igreja:
“Tenho a mesma preocupação que você e não é de hoje. Lembro-me de você fazendo uma palestra aos bispos do regional Leste II que estavam em assembleia na casa de retiro São José. Na ocasião foram convidados seminaristas e formadores. Sua fala lúcida, realista e cirúrgica sobre os novos pastores e seu comportamento, sobre aqueles que mamavam nas tetas da pecadora, mas também santa igreja, arrancou gargalhadas de muitos, parecia um show de stand up. Pessoas rindo de si mesmas. Foi um absurdo. Alguns de nós, compactados com aquela fala que não tinha a menor graça, fomos censurados por não rir. Parecia certos problemas familiares que a gente sabe que existem, mas devem ficar só em família. Nos institutos se estuda filosofia e teologia (formação intelectual), nos seminários, a formação humana, espiritual e, no contato com o povo, aprende-se a ser servidor, hipoteticamente. A falta de autonomia em alguns seminários produz gente de todo tipo, mas sem dúvidas o melhor dentre eles é aquele que menos questiona, ou melhor, nunca questiona. Quando alguns se ordenaram diziam suspirando: ‘Graças a Deus, estou livre!’ Viviam num cárcere… o problema é bem maior. Nossos filhos são o resultado da ‘comida’ que damos a eles. Mas toda família tem um filho deserdado. Creio que, de todo processo de formação, a parte menos responsável seja o Instituto e seus professores. Esta casa formou bons cristãos, dentre eles alguns padres. Tenho amigos que ontem celebraram o dia da instituição do ministério presbiteral com clareza e convicção do seu serviço à igreja, povo de Deus, mas muitos que receberam de presente um reforço dessa onda conservadora que ronda. Não os culpo, pois a cada dia que passa, vejo gente despreparada trabalhando na formação do clero. Precisa-se de sangue novo, vinho novo, ou seja, diferente do perfil que se estabeleceu como certo.” (Antenor Silva Santos Junior); “Por um lado, há um ‘aburguesamento’ na formação, seja para a Vida Religiosa, seja para o clero secular. A maioria dos jovens é das camadas mais humildes da sociedade, entram se apossando de todos os confortos possíveis (& até impossíveis), carros, casa, lavadeiras, passadeiras, serviçais… estudos pagos pelas instituições. Há pouco fui convidado por uma congregação para um almoço, deparei com a seguinte conversa de um formando: ‘o quê? Só porque é sexta-feira da paixão eu sou obrigado a comer ovo frito no almoço!?’ O mesmo disse que iria comer na casa de uma paroquiana que tinha bacalhau no cardápio. São em atitudes assim que vemos o distanciamento da igreja para com a realidade crudelíssima que passa o Povo. As homilias são vazias de sentido, a linguagem revela este abismo. Por outro lado, há uma plateia adepta a esta ‘casta’ de clérigos. Mas tanto este perfil de clérigos quanto o perfil da plateia adepta, vemos que retirando-se as casulas, as alvas & sobrepeliz, sobram o vazio do descompromisso. Acabou a missa, lavo minhas mãos. Ademais surge também por entre estes mesmos personagens uma falsa moral, quando livres de suas obrigações religiosas, só Deus sabe o que estão aprontando.” (Juliano Coelho Lopes); “Há um número significativo de seminaristas e religiosos que insistem numa Igreja pré-moderna e pré-Vaticano II. O clericalismo tem várias características, e uma delas são os excessos das vestes litúrgicas, bem como hábitos e roupas clericais. Os que assim procedem, de modo geral, escondem certas patologias que precisam ser tratadas. Se os bispos fossem mais ousados expulsariam muitos destes do seminário. Mas o que ocorre é que muitos bispos sofrem do mesmo mal. Todos, sem exceção, se encontram na contramão do evangelho. Jesus abominou essa hipocrisia.” (Thiago de França)
Do mesmo modo, as reações contrárias à reação crítica de Solange Carmo também se manifestaram com forte alarido:
“Como se panos e adereços impedissem as entranhas do coração a buscar misericórdia…” (Leandro Cunha); “Erramos quando pensamos que a liturgia/ teologia só pode ser verdadeira e eficaz quando ela eh celebrada segundo nosso ‘querer’ e visão particular…” (Fernando Fagundes); “Orgulho em saber que existem jovens sacerdotes que estão lutando pra manter a tradição litúrgica da igreja de pé . Orgulho em saber que o pontificado de Pio XII e Bento XVI estão dando frutos. Se pudesse daria meus parabéns pessoalmente a seus ex-alunos. Que com a força e a bênção de Deus surjam cada dia mais padres dispostos a manter viva a tradição litúrgica de celebrar dignamente os santos mistérios usando os paramentos os quais a igreja permite e orienta que sejam usados em seus documentos litúrgicos.” (Danillo Abreu Alves); “Não é revirar armários. Mas o gosto por preservar a tradição e a beleza da liturgia bem celebrada. Não é necessário despir-se do belo e do tradicional para estar com o povo. A beleza sacra e o serviço do povo podem caminhar juntos. Bento XVI e seus frutos que agora nascem. Obrigado Santo Padre e que tenhamos coragem de assim como católicos intenderem que o marxismo não pode caminhar na Igreja como já afirmado por tantos Papas. Parabéns as estes ex-alunos que não se deixaram contaminar com o secularismo desenfreado e com a corrupção da fé nos ensinos teológicos. Obrigado a vocês que revirando os armários da Igreja estão redescobrindo a beleza do Sagrado.” (Reginaldo Bastos); “Não concordo com seu comentário minha professora… A veste talar é uma indumentária clerial e nos tempos atuais é fonte ‘de Evangelização’, precisamos nos dias atuais sermos cristãos verdadeiros que assumimos a Verdade de Cristo que morre e Ressuscita para nos a dar vida… Uso com amor!!!” (Edivan Cardoso); “Duras palavras, professora! Em parte, bastante pertinentes. De outro lado, bem generalizadoras e que acabam, de certo modo, por ferir a imagem daqueles Sacerdotes comprometidos com a sua vocação e com a salvação das almas, que fazem uso dos sagrados paramentos (expressamente recomendados nas normas litúrgicas em vigor e que, inclusive, são todos usados pelo Santo Padre) não por vaidade, mas por zelo litúrgico. Andamos numa linha entre assumir posturas relapsas, que expressa a falta de amor pelo Sagrado por parte de muitos sacerdotes, bem como no exagero que vem da “pompa”. Tudo o que a senhora disse é verdadeiro, vergonhoso e doloroso. Também compartilho de tais pensamentos, que “os panos e incensos” são utilizados de forma errônea por não terem como fim o zelo pelo Sagrado e pela vocação. Mas também é bem verdade que não são peças de museu, são indumentárias próprias dos ministros ordenados, segundo as determinações em vigor na Igreja. O “sapatinho vermelho” do Papa pode até ser um detalhe… Mas ele continua usando sua tradicional batina, com todos os paramentos que lhes são próprios, de acordo com a posição que ocupa dentro da hierarquia, sem fazer deles sinal de vaidade. Por isso, generalizar é sempre um perigo. Nem todos são iguais. (Giovanni Morais).
Na liberdade da reflexão crítica e autocrítica, a professora Solange Carmo, diante das reações contrárias, ofereceu a seus alunos, ex-alunos e tantos outros que entraram na conversa, uma resposta ainda mais provocante e que alimentou o horizonte do debate:
“Eu não acuso vocês de nada. Nem falei para ofender, mas não posso me calar diante do que tenho visto. Não duvido da reta intenção de vocês, mas devo esclarecer alguns equívocos.
1) O uso dessas vestes não é sinal de amor à liturgia e muito menos um sinal do Evangelho. Ao contrário: é sinal de ostentação e de poder sacro. Jamais se vê nos Evangelhos qualquer indicação de que as vestes seriam sinal de conversão para o povo. Ao contrário, o despojamento, a renúncia aos privilégios e a simplicidade são sempre indicados como sinal do seguimento de Jesus. Eu não encontro nos Evangelhos a seguinte frase: “Nisso conhecerão que sois os meus discípulos, se vestirem vestes glamourosas e pomposas para vossas liturgias”. Não. disse Jesus que o sinal do Evangelho é o amor. “Nisso conhecereis que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros como eu vos amei”.
2) Veste talar, como vocês gostam de dizer, são antigas peças de museu que fizeram parte da história da Igreja durante um tempo de sua história quando ela esteve atrelada ao poder. O presbítero – um nobre da corte – se vestia como era costume dessa classe social naquela ocasião. Hoje isso é simplesmente descabido.
3) Em tempos de Francisco, ressuscitar tais vestes é um despropósito e fazê-lo na Semana Santa é um acinte ao mistério celebrado. Olhemos para o Cristo nu na cruz. Aquele paninho que tampa suas partes genitais foi posto pela caridade cristã. Ele morreu nu, desvestido de tudo, inclusive do apoio da religião de seu tempo. E não há liturgia maior que a liturgia da cruz. Certamente o presbítero não vai celebrar pelado, mas vai aprender com o desapego do Nazareno a se vestir com discrição e simplicidade.
4) Outra coisa, para quem diz que isso é tradição, seria bom perguntar: Tradição de que tempo? Das origens cristãs não é, com certeza. Vocês gostam tanto de apelar para a Tradição. Pois bem, apelemos! Voltemos às comunidades cristãs originais. Já pensou o presbítero ou ancião celebrando com tais vestes naquelas catacumbas fedidas? Ah, voltemos a Pedro, a pedra da Igreja. Já pensou o pescador do lago de Nazaré com essas roupas? Sejamos razoáveis por amor à Tradição cristã.
5) Por fim, permitam-me dizer. Tais vestes, infelizmente, não servem ao altar mas àqueles que as portam. Elas projetam o presbítero, colocam-no num pedestal imaginário; criam uma eclesiologia totalmente deformada da fé cristã mais genuína e – pior – servem para esconder muitas perversões. Vejam só os exemplos dos fundadores de comunidades e congregações neoconservadoras que têm estado sob investigação, com a presença de um comissário de Roma. Quase todos esses foram considerados culpados de assédio, pedofilia ou de roubo; e tem até assassinato na lista. Será que queremos seguir esse caminho? por esses dias mesmo, um amigo meu me disse que, estando num bar reconhecidamente LGBT para comemorar aniversário de uma amiga, viu por lá muitos seminaristas. Nada demais se se comportassem como deve um cristão, mas não: mostraram conduta moralmente reprovável. Na semana seguinte, estavam fazendo longas procissões ostentando belas vestes, batinas, sobrepeliz, capas (será que esqueci alguma veste talar?). Vocês podem rebater duvidando da conduta de meu amigo, dizendo que ele não pode falar pois também estava lá. Só pra esclarecer: meu amigo não é seminarista, nem padre, nem fez opção pelo celibato. Mesmo assim é mais casto que muitos que estão encobertos por esses panos. Será que é isso o Evangelho? Será que a cultura da hipocrisia é o que move os que se dizem cristãos? É bem verdade que os que não sustentam longas vestes estilisticamente perfeitas e se vestem de túnicas amarrotadas e puídas também não estão isentos de tais contradições, mas pelo menos não usam as vestes sacras para se projetarem nem se escondem atrás do amor à liturgia.
Eu lamento se decepciono alguns alunos e ex-alunos, mas é um abuso com o povo e com a fé cristã o que estamos vendo por aí. O Evangelho se esvazia de sentido tanto mais nos enchemos de apetrechos e tentamos ressuscitar esses costumes já ultrapassados (não é Tradição). Pode parecer que isso agrada ao povo, mas esse é um emburrecimento dos leigos. Um leigo minimamente razoável acha graça disso; e tais cenas viram motivo de chacota na internet. Eles veem isso como uma alegoria de carnaval, não como sinal do Evangelho. Aliás, até o papa Francisco falou isso em relação ao sapatinho vermelho. Façamos como o papa Francisco: menos vestes, menos glamour; mais amor e acolhida do Evangelho e dos pequeninos do Reino!
As reflexões continuaram e suscitaram inclusive provocantes poemas:
- De Gustavo Ribeiro (publicado no facebook da Solange Carmo)
Uma toalha, sua veste talar
(para Solange, com carinho!)
A professora escreveu sobre as vestes,
Muita gente retrucou: vixe, deu pano pra manga!
Ou será casula? e barrete? e capa asperge? Sei lá!
Só sei que o Mestre usou toalha, e na cintura,
Pra lavar os pés dos seus, como veste “talar”.
E ainda acho que quando saiu do sepulcro estava nu,
Feito como veio ao mundo,
Quando nasceu e foi posto numa manjedoura
E teve as palhinhas como cobertor pra usar;
E rodeado de bois e galinhas estava o lugar.
Nesse trem de liturgia eu não me meto,
mas minha fé manda rezar:
quando o muito é demais, é melhor não usar!
- De Pe. Evando Bastos (publicado no site da paróquia santa Luzia – Sete Lagoas)
Ressurreição é desafio!
Ressurreição é desafio!
É convocação.
Não pode o de sempre reinar mais, nesse chão.
Desafio lançado pede redobrada atenção.
Onde posso ajudar? Em que posso a vida promover?
A voz de uma profetiza na beleza da provocação
Trouxe a polêmica dos panos, dos nobres e mortos poderes.
O lençol jogado de um lado… o da face dobrado ali.
A pedra foi removida.
Sol… Sol invade o sepulcro!
A vida está aqui?
Então o povo responde:
Caridade é ressurreição!
Trazem vida que aquecerá os enfermos!
Cobertores: panos…. doação.
Valeu a cruz, o sacrifício!
Vale a entrega: AMOR!
A comunidade afirma:
VIDA NOVA!
TE AMAMOS SENHOR!
E você leitor/leitora, o que pensa sobre a temática aqui discutida? Como avalia a atual formação para os futuros presbíteros da Igreja? Que considerações tem a fazer sobre o modo como acontecem nossas vivências litúrgicas? Como percebe as ações pastorais eclesiais enquanto busca de concretização do seguimento de Jesus no contexto atual? Envie-nos o seu comentário.
Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães
Secretário Executivo do Observatório da Evangelização
Fonte:
Para ler mais textos da professora Solange Carmo acesse: www.fiquefirme.com.br
Com relação ao uso de vestes, tenho 03 reflexões em forma de perguntas:
1) Toda a veste que reveste alguém que exerce uma função, é um símbolo. Um policial ou um médico são identificado por suas endumentárias. As vestes sacerdotais também tem uma simbologia e para entendê-la é necessário um conceito teológico que é o “sentire cum ecclesia”. Será que este conceito está esquecido em detrimento das visões pessoais de Igreja?
2) Tem havido um movimento, por parte de muitos seguimentos eclesiais, como se a Igreja tivesse começado (ou recomeçado) com Papa Francisco. Temos nos esquecido que o Salvador é Cristo?
3) Há muitas críticas à “teologia do pano e da fumaça”. Mas pano e fumaça são seres inanimados, nada podem por si mesmos. O problema são esses elementos ou as pessoas que deles fazem uso? Afinal, São João XXIII usava batina e Tiara; Papa Francisco usa batina; Dom Elder também…
A primeira informação que li hoje foi este post. Tendo sido religioso durante 9 anos me coloquei a pensar sobre roupas, glamour, ascensão social, religião é um tanto de outras coisas. Ainda a pouco me deparei com esta frase “Pecadores e traidores é o que mais existe na Igreja. O extraordinário é que esta mesma Igreja ainda seja capaz de produzir santos”
Jean Luc Marion
O que mais me impressiona diante da narrativa da Professora Solange são as justificativas daqueles que se incomodaram. O modelo formativo católico como está não dá mais conta. Fala-se de vocação, chamado. Mas é a pessoa que se candidata. Dai já da “pano pra manga” em justificativas teológicas e pastorais. Ademais, o perfil dos candidatos precisa ser muito bem observado. O medo pela diminuição das vocações leva os seminários e bispos a aceitarem tudo que chega! Pobre povo, pobre igreja!!
Fala-se de padres como homens de Deus. Mas de que Deus? O de Jesus? Ora, se o for, o quadro é pessimista e assustador .
Ou se para e se reflete para propor mudanças ou voltaremos ao cenário pre tridentino !!
Haja fé para continuar católico !
Quanta bobagem, quanto preconceito estúpido. Quanto ódio a tradição católica.
Esta teóloga é muito infeliz no que diz. Sou contra os exageros, mas não vejo mal algum o uso da batina (seja por seminaristas, diáconos, padres ou bispos), assim como não vejo mal algum o uso de paramentos (segundo ela brega)…. com certeza brega deva ser ela….. um mínimo de respeito é necessário.
Releia o comentários da professora. Em nenhum momento ela acusa os que preferem usar a batina. Ela fala exatamente do EXAGERO que vc se diz contrários. Respeito? Jesus andava só de Túnica . Não considero um Padre que parece uma noiva ou uma alegoria de escola de samba assim como n dou crédito aos Pastores de terno e gravata. Repito: Jesus não usava nada disso e morreu nu na cruz.
A Igreja Católica, como Igreja fundada pelo próprio Cristo, se desenvolveu e evoluiu com suas vestes, alegorias e símbolos ao longo de mais de 2000 anos, com a influência de todos os povos que também foram influenciados por ela. Se você é contra símbolos de fé e piedade, deveria abdicar de ser católico de uma vez. Você nao quer uma igreja, vc quer um clube para relaxar.
Essa senhora acha que a ‘coisa’ externa é o mais importante? Fui aluno dela e a conheço do ambiente universitário. Todos nós preparamos bem para receber uma visita ilustre, todos que vão se casar se enfeitam, até a natureza se enfeita para a procriação e para a polinização e perpetuação da espécie.
Se o conteúdo interno não alimentar o povo de Deus, em vão serão nossas indumentárias Tradicionais e históricas.
“Não murmureis”, senhora, não seja pedra de tropeço. Ajude a construir sem criticar a Santa Madre Igreja de Cristo que te acolhe com seus defeitos e qualidade.
Esses caras vivfm fora da realidade infurnados em seus mundinhos particulares onde se vestem de púrpura e linho. Tem até um troninho para nossos reizinhos nas catedrais! Quão longe tudo isso está de Jesus que não tinha nem onde reclinar a cabeça…Em uma época de crise social e economica esse fato exemplifica como nossos relugiosos profissionais estão deslocados do mundo real. Talvez essa seja uma das razões da perda de fiéis para outras religiões por parte da Igreja Católica. O povo percebe tudo isso nessa ostentação, fausto e num sermão totalmente desvinculado da realidade. Que triste isso! Só vem reforçar a tese que bo novo testamento não há qualquer base para cleros prifissionais vivendo às custas do nome de Jesus.
Sim cara, na sua opinião nao deveria ter religião nenhum ou parece que só a católica deveria deixar de existir?
Vc fala de um Jesus que nao existiu. O Jesus verdadeiro conviveu com os pobres, mas nunca condenou governo (Tu nao teria poder nenhum sobre mim se nao fosse lhe dado do alto). Esse Jesus subversivo que nao condena vício nenhum so existe na sua cabeça
Professora está certíssima. Conheço um sr. Roberto que foi padre, fundador da toca…Nem vou continuar todos sabem como era exímio usador de vestes… SIM ESSAS COISAS FAZEM REPRESENTACOES TEATRAIS DE UMA IGREJA MORTA QUE UMA MINORIA QUER MANTER ESSE CADAVER À VISTA
Eu to procurando a relação do uso de vestes ao crime que ele cometeu. Não encontrei, até porque diversos outros santos usaram vestes a vida inteira. Tenta outra cara, seu ódio a Igreja Católica tá mto óbvio.
E como seria essa igreja viva que vc quer ai? Aquela q não reconhece nada como sagrado, que nao condena vícios, q deixa viver no pecado pq o q importa é o amor? Ai vc nao precisa de igreja cara, deveria procurar um grupo de hippies.
Muito interessante o comentário da professora como também os argumentos contrários. Agora, dizer que não se prega o Evangelho da Verdade e da Caridade, só porque se usa panos e fumaça é um disparate. Há muitos que não usam nada por causa da simplicidade e desapego e não pregam nada também. São maus exemplos. Ridículos. Passam por pobres, mas se enriquecem as custas dos pobres e da igreja. Gosto muito da expressão do Concílio Vaticano II sobre sobre a liturgia: ” NOBRE SIMPLICIDADE”. O problema é fazer da nobreza ostentação e da simplicidade desleixo.
Seria bom recordar que a simplicidade de Jesus!
Que lixo de artigo!!!!!!! Professora, vá estudar sobre a tradição da Santa Igreja Católica!!!!
Professores materialistas libertadores: o que isso nos diz?
Se alguém disser que as cerimônias, as vestimentas e os sinais externos de que a Igreja Católica usa na celebração da Missa são mais incentivos de impiedade do que sinais de piedade — seja excomungado (Dz., n.955).
Cân. 11. E se alguém presumir ensinar, pregar ou afirmar com pertinácia o contrário, ou também o defender publicamente em discussões — seja imediatamente, por este fato, excomungado [cfr. n” 880].
Essas normas foram revogadas com o Bovo CDC…Vc esta parado no tempo citando o Concilio de Trento que terminou há quase 500 anos…
Entao mostra ai espertão onde diz que usar símbolos é sinal de impiedade no novo CDC? Fora que o fato de ser um concílio antigo não invalida o que eventualmente tenha sido dito em caráter dogmático. Funda logo a igreja de Peterson, sem paredes, sem padres, sem batina, sem símbolos.
“Como se panos e adereços impedissem as entranhas do coração a buscar misericórdia…”
Essa frase resume tudo e contrapõe o discurso completamente sem nexo de quem teceu essas “críticas” à Sagrada Liturgia.
Uma teóloga se prestar a fazer um artigo desses é vergonhoso, porém mais ainda um site que tem ligações com a Arquidiocese de Belo Horizonte dar publicidade ao mesmo,
Vaidade das vaidades! Tudo é vaidade! Independente dos tempos e do tempo, mesmo hoje de alguma forma permanece práticas vaidosas se manifestando em nossas igrejas, e a pior das piores nem está impregnado na roupagem externa, mas pior, entranhada no cerne, hj vimos sepulcros caiados, raça de víboras, profissionalismo da vocação, seja qual a veste que estejam dando ênfase por conta do tempo! Resumindo, mais que pensar que se deve melhorar a formação, tenho observado é que se deve melhorar são os formadores de prosélitos. Ahhh quanta hipocrisia! Preferiria que meus olhos não observassem o que vejo a olho nú.
Uau quanta virtudeda sra!
É só um padre de batina. É so um véio com uma saia preta. É tão difícil de ver assim?
Considerando a visão generalizada que induz a banalização irônica, para dar mais ênfase, sugiro substituir o substantivo masculino padre por homem, assim facilita justificar e empoar a negligência insólita formadores e dos “vocacionados”.
Artigo sem lógica!
Mas que padres mais fundamentalistas…
A verdade será sempre a verdade, nem que seja necessária que voltemos a ser somente 12.
O padre não só pode, mas como deve se vestir como rei para celebrar os sagrados mistérios. Pois a minha fé a qual eu professo diz que na realização dos sacramentos o ministro age na pessoa de Cristo. Essa é a fé que da Igreja recebemos e sinceramente professamos!
Santa Tereza de Calcuta que atualmente representa a caridade e a pobreza da Igreja já dizia como condição para fundar suas casas que desejaria padres que sejam padres!
O Cura d’Ars dizia: “Vejam o padre: vestido como um rei, mas humilde como um camponês”.
A autora do inicial do texto eu só tenho a dizer que deveria se ocupar de ser Santa. Porque mente vazia é oficina do diabo e ai gera tempo para publicar coisas que podem degrinir a imagem da Igreja!
Eu não me importo quando o padre usa batina… eu me preocupo quando a batina usa o padre!
Opa concordo em gênero numero e grau
“Por caminhos montanhosos e pegadas de cabras subiste ao velho monastério levantado em plena solidão. Um interesse artístico e não um motivo piedoso te guiou naquela subida matutina.
E ao entrar na capela deserta se deslumbram teus olhos: afrescos e tablas de cores paradisíacas, baixos-relevos adoráveis, madeiras trabalhadas, bronzes e cristalerias gozam ali a imarcescível primavera de sua formosura.
E estás a te perguntar quem reuniu – e para quem – tanta beleza naquele deserto rincão de montanha, quando uma fila de monges brancos aparece junto ao altar e se dispõem sem ruído nos talhados assentos do coro.
E te assustas, porque somente te havia guiado um interesse artístico.
Nem bem o Celebrante inicia a aspersão de água, os do coro entoam o “Asperges”.
A casula vermelha, com sua cruz bordada em ouro, resplandece sob a alba puríssima que veste aquele mudo sacrificador: em seu antebraço esquerdo pende o manípulo, vermelho sangue como a casula.
E quando o Celebrante sobre os degraus do altar cheio de florezinhas vermelhas, os monges de pé cantam o “Introito”.
Em continuação, os “Kiries” desolados, o “Glória” triunfante, a severa Epístola, o Evangelho do amor e o fogoso Credo ressoam na nave solitária.
E do teu esconderijo escutas como um ladrão surpreendido, porque somente te havia guiado um interesse artístico.
E segues atentamente aquela estudada multiplicidade de gestos, cujo significado não alcanças; e , não sem inquietude, pensas que tão solene liturgia se desenvolve sem espectador algum e em um deserto rincão de montanha, como uma sublime comédia que atores loucos representassem em um teatro vazio.
Mas, subitamente, quando sobre a cabeça do Celebrante ergue-se a Forma branca, pareces adivinhar ali uma presença invisível que preenche todo o recinto e no silêncio recebe aquele tributo de adoração; a presença de um Espectador imutável, sem princípio nem fim, muito mais real aqueles atores transitórios e aquele teatro passageiro.
E um terror divino umedece tua pele, e tremes em teu esconderijo de ladrão; porque somente te havia guiado um interesse artístico.”
“Adán Buenosayres. Libro quinto (1ª parte)” – Leopoldo Marechal
Vale a pena ressaltar a todos, principalmente ao que colocou que a missa foi um espetacolo, que a SANTA MISSA é para Deus em favor do povo e não para o povo em favor de Deus. Estudem teologia e rezem mais ao invés de debater assuntos que cabe a Santa Igreja decidir e sejam obediente como aquele que foi tão obediente que se permitiu até a morte em uma Cruz.
Vale a pena ressaltar a todos, que a SANTA MISSA é para Deus em favor do povo. O sacerdote pode celebrar sozinho e mesmo assim ela terá o mesmo efeito.
Ótima reflexão posta por Solange Carmo. Me fez pensar nos quatro cenários da Igreja descritos pelo Pe. Libânio – da Instituição, da Pregação e da Libertação e da Igreja Carismática.
O primeiro cenário – da Igreja Instituição – tem como uma de suas características um acentuado apelo clerical demostrado por alguns sinais: as festas, as vestes, os poderes. Nas palavras de Pe.Libânio, esse clero “já não será do sacerdote piedoso, trajando batina surrada (…). Será um clero que cuidará dos pormenores de sua túnica, que usará alta tecnologia de som em seus sermões, que recorrerá aos recursos teatrais e musicais sofisticados”.
LIBANIO, João Batista. Cenários da Igreja. São Paulo, Loyola, 2001, p. 30-31.
Vale a pena reler esse livro!
A questão levantada pela Professora Solange Carmo sobre as vestes utilizadas pelos presbíteros, deve ser discutida amplamente. Ou revemos a teologia do ministério ordenado ou seremos reféns de sistemas eclesiais que não são nada evangélicos nem querem ser.
Recomendo leitura e reflexão… Fiquemos com o que nos é #Essencial, fiquemos com o exemplo do próprio Cristo.
otima Reflexão Professora sou seminarista do 4 ano de teologia concordo com você
primeiro o testemunho pastoral… no meio do povo.. com o povo.. sendo servo fiel.. depois pode usar até dez casulas a fio de ouro. Ou falar de quem as usa… primeiro o testemunho.
Que maravilha essa dona Solange esperneando… No fundo, ela sabe que a caquética Teologia da Libertação que tanto defende, que por tantos anos lutou, que tantos seminaristas deformou a fé, que tantos males fez à igreja…. Ela sabe que essa porcaria está no lodo, no fundo do poço. A decadência da TL é irreversível. Que alegria esse desespero! Só falta agora dona Solange se arrepender publicamente e voltar a ser uma verdadeira católica. Confiemos em Deus pela sua conversão.
É difícil ter uma moderação na liturgia, especialmente no âmbito dos paramentos e vasos sagrados. Já presenciei padres com posturas semelhantes a crítica do texto, (panos e rendas) embora também já presenciei o desleixo e descaso com o sagrado (vasos oxidados e túnicas imundas).
Eu como estudande de teologia e seminarista procuro prezar e entender a “nobre simplicidade” tão desejada pelo Vaticano II.
Quem pensa desta forma ainda não compreendeu o que é verdadeiramente a Liturgia e qual é o seu verdadeiro tesouro. Não entendeu que até os sinais externos das ações litúrgicas, manifestados especialmente na Santa Missa, devem indicar Aquele que é a Beleza. E não pense que, persistindo nesta mentalidade, diverge em um ponto pouco importante da fé da Igreja. Nunca é tarde para recordar o anátema do Concílio de Trento: “Se alguém disser que as cerimônias, as vestimentas e os sinais externos de que a Igreja Católica usa na celebração da Missa são mais incentivos de impiedade do que sinais de piedade — seja anátema” [7].
Interessante observar que as “reflexões profundamente críticas” (palavras do autor) daqueles que se dizem contra os “panos e fumaças,” brandam, quase como um uníssono, pela necessidade desses padres e seminaristas “buscarem misericórdia”, “preocuparem-se com o sentido verdadeiro das coisas”, “evitarem os espetáculos”, etc. Mas pergunto: onde está a misericórdia desses críticos? acaso eles sabem se os “batinados” realmente estão esvaziando os sentidos ou os olhos desses “sábios” já não estariam viciados por uma doutrinação que, por si mesma, já esvai o verdadeiro sentido dos ritos? acaso eles sabem se essas fotos que tanto estão criticando não são de realidades que pedem tais vestes ou para eles só há um modo de ser igreja?
Este próprio site “Observatório da evangelização” escreveu este texto visando “provocar e enriquecer o debate”, mas percebe-se nitidamente, pelos comentários ao longo do texto e pelos comentários curtidos, uma posição que concorda com a “reação crítica” da teóloga. Que reflexão crítica é esta, que já começa fechada em uma posição? E o engraçado é que em um outro artigo, postado no mesmo dia que este, está escrito: “A Igreja Católica se destaca, entre as suas tantas riquezas, pela diversidade de carismas. Estes se refletem nas suas ordens ou congregações religiosas, comunidades, pastorais, grupos e nos diversos movimentos […] Porém, quando qualquer cristão não dá atenção ao que Paulo revela sobre a diversidade de dons na Igreja, corre-se o risco de se considerar o verdadeiro portador da fé, questionando a pluralidade de tradições presentes na única Tradição da Igreja. Esta falta de atenção e reconhecimento da beleza da diversidade como dom de Deus pode cegar.” (https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/2017/04/19/a-crescente-oposicao-e-a-ortodoxia-do-papa-francisco/)
Quem aqui está, de fato, sendo cego à realidade presente? Quem aqui está, de fato, fechado em sua posição e não quer acolher os vários modos de ser igreja? Quem está, de fato, olhando os outro com um pré-conceito, baseando-se em seus estudos teóricos, que muitas vezes não condizem com a realidade? No fim das contas, quem de fato está sendo “conservador”, não querendo abrir mão das próprias ideias?
Agora com relação às respostas da professora citada, também quero, “na liberdade da reflexão crítica e autocrítica”, dar minha contribuição no debate:
1) Desde quando uma veste impede o amor? O que significa “o despojamento, a renúncia, os privilégios e a simplicidade no seguimento de Jesus”? Tais ensinamentos do Senhor não podem conviver harmoniosamente com uma celebração digna para Deus? Em um matrimônio, ou uma festa, ou uma colação de grau da universidade eu posso me vestir como um Rei, mas para um culto a Deus eu devo trajar-me como um mendigo, na desculpa de simplicidade?
2) Por que hoje é descabido o uso de veste talar? O próprio direito canônico pede seu uso. E se a desculpa for porque “afasta fiéis”, a realidade mostra exatamente o contrário.
3) Repito os questionamentos presentes no número 1 e acrescento: em tempos de Francisco sugere o que exatamente? Afinal, se o Santo Padre quisesse abolir os paramentos ele acenaria para esse fim, mas pelo contrário, ele mesmo usa batina constantemente, e as liturgias por ele celebradas possuem até mais “panos e fumaças” que das fotos dos padres e seminaristas…
4) Já que vamos voltar às comunidades cristãs originais, mulheres voltem a usar os véus e fazer leituras nas Missas. Palavras de são Paulo. É anacrônico apelar às comunidades originais, uma vez que elas estão a 2000 anos atrás, não acham? A Igreja cresce, evolui, dá respostas a cada tempo, sem deixar de conservar o essencial.
5) Tomar um exemplo particular e jogar para o universal é uma falácia tão grande que me recuso a acreditar que alguém considere o argumento válido. As posturas inadequadas de alguns não são desculpas para abolir um simbolo, tão tocante ao homem moderno e natural nas sociedades desde seu início (percebe-se na história que um rei, um médico, um policial, um soldado, um índio e até um escravo possuem símbolos que o diferenciam dos demais; assim também o padre). Por que usar de uma falácia para criticar determinadas posturas? “Será que é isso o Evangelho?”.
Essa é minha contribuição no debate.
Que nossos olhos estejam sempre voltados para o bem dos fiéis e não para aspirações e ideologias pessoais. Como leigo, é o que espero de um padre, já ordenado ou em processo: que ele compreenda que a Igreja é maior e mais sábia do que ele, e que possui 2000 de riquezas capazes de conquistas os corações de qualquer pessoa. Afinal, sendo a Igreja o Corpo de Cristo, a cabeça que é Jesus conduz seu corpo de acordo com seu querer.
A partir do Tríduo Pascal temos o necessário e essencial para concluir com honestidade o que deve ser preservado como Tradição e praticado como ensinamento. As palavras e gestos de Jesus são inequívocos: segui-lo e falar, com autoridade, em seu nome requer despojamento e disponibilidade para doar a vida em serviço . Em um país e mundo tão desfigurado pelas desigualdades concentrando riquezas e privilégios em poucas mãos às custas da exclusão de multidões, os seguidores e anunciadores de Jesus não tem como se equivocarem quanto às posições que devem tomar. É só ler com atenção os Evangelhos e meditar sobre as palavras e posições adotadas por Jesus.
O texto da Teóloga está fundamentado em argumentos irrefutáveis que fazem a denúncia profética necessária sobre as distorções que hoje prevalecem nas celebrações, cuja finalidade primeira não é atrair, agradar e encantar fiéis e sim celebrar a memória da Morte e Ressurreição alimentando o povo para o seguimento de Jesus. Penso que é bom enfatizar: alimentando para o seguimento.
” Se a Eucaristia não for precedida do Lava-pés é inócua” Papa João Paulo II
Colocar-se em serviço e doar a vida pode ser perfeitamente conciliado com uma digna celebração, cujo centro deve ser o louvor e ação de graças a Deus. Uma coisa não exclui a outra mas, ao contrário, são complementares. O serviço a Deus e a seu Reino não possuem caráter subjetivista, mas são realidades objetivas que requerem sinais visíveis de realidades invisíveis (essa uma definição do termo “sacramento”). A fração do pão não se esgota em um simples “partir o pão” mas comunica comunhão; assim também o uso de paramentos não se limita em um simples “vestir-se para ser diferente ou ostentar riquezas” mas serve para comunicar a realidade do mistério celebrado.
As posições que os discípulos de Jesus devem tomar diante da realidade não devem ser pautadas em uma ideologia sociológica, que observa as realidades eclesiais e evangélicas em um aspecto de “opressores vs. oprimidos”, mas devem conduzir cada pessoa a compreender e viver a verdadeira comunhão com o Senhor, totalmente homem e totalmente Deus.
Por fim, pergunto, baseado na afirmativa “o texto da Teóloga está fundamentado em argumentos irrefutáveis que fazem a denúncia profética necessária sobre as distorções que hoje prevalecem nas celebrações […]”. Quais? Irrefutabilidade baseada em que? Dizer que um argumento é “irrefutável” sem mostra a razão não o torna irrefutável, mas, pelo contrário, é uma generalização que apenas confirma o tendenciamento da argumentativa.
“Projeto de vida radical”
Vale a pena ler, refletir, e sobretudo praticar. Penso que faria muito bem aos jovens sacerdotes e seminaristas, bem como a quaisquer cristãos que queiram “buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça”.
Obra do saudoso frei Mateus Rocha OP, um dos pioneiros da cristologia no Brasil.
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-710204314-livro-projeto-de-vida-radical-fr-mateus-rocha-_JM
Boa noite,quero contribuir com meu comentário,temos que lembrar que a estola é sinal de serviço e não de poder,que diferença tem uma estola e o avental da dona Maria que esta servindo ?
A maior prova de humildade que um sacerdote pode dar é seguir rigorosamente as normas litúrgicas da Igreja, incluindo-se aí o uso das vestes litúrgicas.
Quebrar as normas litúrgicas é querer ostentar uma falsa humildade. É colocar a própria vaidade, que quer forjar para si a imagem de pessoa simples e moderna, em primeiro lugar e assim obter os aplausos do mundo.
O sacerdote verdadeiramente humilde faz as coisas como sempre foram feitas e obedece as normas vigentes que existem para serem obedecidas.
Péssimo artigo. Maldoso e travestido de misericordioso.
Já foi publicado uma resposta a altura, como se pode ver aqui: http://formaextraordinaria.blogspot.com.br/2017/04/a-dignidade-das-vestes-liturgicas.html
As críticas feitas pela referida professora são as mesmas que tentam justificar a “feiura” e a “nudez” dos novos templos católicos como para “não ostentar” e assim ficar mais “próximo” do povo pobre: ou seja, críticas q apenas expressam a condenada teologia da libertação.
Ora, aposto q essa mesma professora quando convidada para madrinha de um casamento ou para a formatura de um filho, certamente se embeleza o melhor q puder pois a ocasião assim o exige: trata-se de valorizar o evento q está acontecendo e a pessoa q está sendo homenageada. Só critica a beleza do Templo, das vestes litúrgicas e da cerimônia aquele que não compreende que tudo isso não é para o homem, para o povo, para o rico ou o pobre. Tudo isso é para Deus!
Ela questiona de qual tradição isso vem… pois respondo q desde o Antigo testamento no Templo, nos paramentos e nas cerimônias do povo Hebreu, tudo ditado pelo próprio Deus.
Diversos santos assim nos ensinaram, inclusive aquele que é o símbolo maior da pobreza evangélica: São Francisco de Assis. Aquele q não tinha sequer calçados em seus pés instruia seus frades a adornar os altares com tudo o q tinha de mais precioso.
E entre os cristãos: TODAS as Igrejas Apostólicas (Copta, Melkita, Maronita, Siro-Malankar, etc) além dos outrora católicos que de nós se separaram há mil anos (ortodoxos) oferecem a Deus lindíssimos templos, vestes litúrgicas e cerimônias. Somente no ocidente impregnado de materialismo e marxismo que os católicos vivem querendo “enfeiar” as Igrejas, os paramentos e as cerimônias com a desculpa esfarrapada de que devemos “apenas nos preocupar com o interior”.
Viva Cristo Rei!
A professora escreveu sobre as vestes,
– como se esse fosse um problema exemplar
Muita gente retrucou: vixe, deu pano pra manga!
– certamente daria, porque outros provocar?
Ou será casula? e barrete? e capa asperge? Sei lá!
– Muito como nosso jeito: desconhecer e reclamar!
Só sei que o Mestre usou toalha, e na cintura,
Pra lavar os pés dos seus, como veste “talar”.
– Mas também entrou num jumento,
– Com ramos encarpetando o trajeto
– Hosana ao Rei, Rei a brilhar!
E ainda acho que quando saiu do sepulcro estava nu,
Feito como veio ao mundo,
– Esse achismo é tão profundo que me ponho à perguntar:
– Fosse assim, bem desse jeito, porque acharia Maria feito
– Jardineiro a jardinar? Talvez pras bandas de cá
– Nâo saibamos ter portado, porque quem está pelado
– Nâo procura se mostrar.
Quando nasceu e foi posto numa manjedoura
E teve as palhinhas como cobertor pra usar;
E rodeado de bois e galinhas estava o lugar.
– Esse Jesus, tão humilde, nos ensina a nos portar
– Há momentos de simpleza. Há momentos de brilhar
– E quando brilhamos Deus, todo ouro é coisa pouca
– Pois sabemos que a roupa, também é catequisar
Nesse trem de liturgia eu não me meto,
mas minha fé manda rezar:
quando o muito é demais, é melhor não usar!
– Ora ora, vejam só. Temos uma opinião
– Será que os grandes santos, ensinaram errado então?
– A fé manda sim rezar, mas também obedecer.
– Quem não sabe do que fala, a faze-lo não se atreva
– Porque muito há quem escreva e emita opinião.
– Mas que ignora os santos, acham-se doutores tantos
– Que critiam santos mantos com satã no coração.
Não esperaria nada diferente da PUC Minas… Lixo!