Dia 20 de Navegação – 15 de Setembro
Petição permanente para o Sínodo Amazônico no início de cada dia
“Que o Deus da vida e da beleza, o Espírito Santo que nos impulsiona para mais fraternidade, unidade e dignidade, o Cristo encarnado da Boa Nova, da inculturação e da interculturalidade nos proporcionem serenidade, discernimento e coragem para encontrar novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral neste Sínodo Amazônico. Tudo isso para o bem e a vida de seus povos e comunidades, e para caminhar mais juntos pelo Reino”.
Medite por alguns momentos neste pedido inicial, busque a calma interior para entrar neste momento para navegar pelas águas da Amazônia e a vida da Igreja a serviço de seus povos e comunidades, e para ouvir o chamado de Deus através de sua palavra viva.
Para esses povos indígenas e camponeses considerados tantas vezes como pessoas de segunda classe pelos poderosos deste mundo, Jesus olha para eles com carinho especial e vai ao seu encontro
Leitura do dia
(Cada um e cada uma são convidados a aprofundar a leitura completa de acordo com suas próprias necessidades e critérios)
“Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-lo. Os fariseus e os escribas murmuravam: “Este homem recebe e come com pessoas de má vida!”. Então, lhes propôs a seguinte parábola: “Quem de vós que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? E, depois de encontrá-la, a põe nos ombros, cheio de júbilo, e, voltando para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido. Digo-vos que assim have¬rá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”. Lucas 15, 1-32 (fragmento).
Reflexão sob a perspectiva do Sínodo Amazônico
Este Sínodo nos convida a reconhecer em pessoas consideradas indesejáveis como sujeitos da revelação de Deus. Para esses povos indígenas e camponeses considerados tantas vezes como pessoas de segunda classe pelos poderosos deste mundo, Jesus olha para eles com carinho especial e vai ao seu encontro. Para aqueles que antes eram considerados impedimentos ao progresso e analfabetos no sistema ocidental dominante, Jesus os reconhece como pessoas com um conhecimento inestimável da vida, de contato com a natureza e seus mistérios e de conhecimento espiritual que, sem ter valor para o mundo mal chamado “desenvolvido”, é o conhecimento que pode nos ajudar a sair desta crise, um conhecimento periférico que será o caminho da salvação e em Jesus também de Salvação. E, em outro sentido, essa leitura também nos faz permanecer de coração aberto pelas muitas conversões que ocorrem nesta Amazônia, de pessoas que anteriormente magoavam ou rejeitavam os cuidados da casa comum e que, em sua transformação, Jesus sai para seu encontro e os abraça cheios de júbilo. Peçamos ao Senhor que supere nossos próprios fundamentalismos ou sentimentos de superioridade para acolher todos aqueles que gradualmente vão se convertendo à causa do Reino no cuidado da vida dos povos e comunidades da Amazônia e da casa comum.
É o conhecimento [espiritual do povos da Amazônia] que pode nos ajudar a sair desta crise, um conhecimento periférico que será o caminho da salvação
Contemplação
Contemplemos a imagem deste dia e tomemos um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e ao serviço da Amazônia para pedir luz nesta palavra de Deus em preparação para o Sínodo. Escrever meus pedidos particulares e permanecer neles durante este dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito nos provoca como preparação interior para o Sínodo Amazônico.
Citação para fechar a meditação
Recordemos o modelo de São Francisco de Assis, para propor uma sã relação com a criação como dimensão da conversão integral da pessoa. Isto exige também reconhecer os próprios erros, pecados, vícios ou negligências, e arrepender-se de coração, mudar a partir de dentro. (…) A conversão ecológica, que se requer para criar um dinamismo de mudança duradoura, é também uma conversão comunitária.
(Laudato Si’, Nº. 218, 219)
Fonte: