Dia 18 de Navegação – 13 de Setembro
Petição permanente para o Sínodo Amazônico no início de cada dia
“Que o Deus da vida e da beleza, o Espírito Santo que nos impulsiona para mais fraternidade, unidade e dignidade, o Cristo encarnado da Boa Nova, da inculturação e da interculturalidade nos proporcionem serenidade, discernimento e coragem para encontrar novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral neste Sínodo Amazônico. Tudo isso para o bem e a vida de seus povos e comunidades, e para caminhar mais juntos pelo Reino”.
Medite por alguns momentos neste pedido inicial, busque a calma interior para entrar neste momento para navegar pelas águas da Amazônia e a vida da Igreja a serviço de seus povos e comunidades, e para ouvir o chamado de Deus através de sua palavra viva.
Estamos em uma situação em que os cegos lideram outros cegos sem nenhum amor genuíno pela Amazônia e seus povos e comunidades, uma vez que seus interesses apenas lhes permitem ver este local como um espaço a explorar
Leitura do dia
(Cada um e cada uma são convidados a aprofundar a leitura completa de acordo com suas próprias necessidades e critérios)
“Propôs-lhes também esta comparação: Pode acaso um cego guiar outro cego? Não cairão ambos na cova? O discípulo não é superior ao mestre; mas todo discípulo perfeito será como o seu mestre. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Deixa-me, irmão, tirar de teu olho o argueiro, quando tu não vês a trave no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e depois enxergarás para tirar o argueiro do olho de teu irmão.” Lucas 6, 39-42
Reflexão sob a perspectiva do Sínodo Amazônico
Este Sínodo nos faz pensar no momento atual deste território e de seus povos e comunidades. As situações de violência aumentam, a perseguição e a violência contra os líderes das comunidades se tornam cada vez mais dramáticas, e as leis para a proteção dessa Amazônia estão entrando em colapso ou se adaptando para atender aos interesses extrativistas de muito poucos. Isso é causado pela cumplicidade das corporações com muitos governantes em diferentes níveis, que se comportam com absoluta cegueira sobre o futuro, cegueira com a situação dos povos e comunidades que vivem neste território e onde sempre viveram. Estamos em uma situação em que os cegos lideram outros cegos sem nenhum amor genuíno pela Amazônia e seus povos e comunidades, uma vez que seus interesses apenas lhes permitem ver este local como um espaço a explorar, e os povos e comunidades como supostos obstáculos ao desenvolvimento. Ouvimos discursos de ódio dizendo que os povos originários também causaram alguns impactos ambientais e não sabem como tirar proveito desse território: veem a lasca no olho do outro e não veem o tronco no próprio olho. A Amazônia precisa de um olhar amoroso para poder continuar sendo o fator de vida e futuro para quem mora lá e para toda a humanidade. Infelizmente hoje estamos muito longe disso e caminhamos cegamente em direção a um buraco pelo egoísmo e o desejo de acumular mais e mais.
Infelizmente hoje estamos muito longe disso e caminhamos cegamente em direção a um buraco pelo egoísmo e o desejo de acumular mais e mais.
Contemplação
Contemplemos a imagem deste dia e tomemos um momento para reconhecer nossa própria vida e experiência na Igreja e ao serviço da Amazônia para pedir luz nesta palavra de Deus em preparação para o Sínodo. Escrever meus pedidos particulares e permanecer neles durante este dia. Convidamos você a manter um registro de tudo o que o Espírito nos provoca como preparação interior para o Sínodo Amazônico.
Citação para fechar a meditação
Assim como o mandamento «não matar» põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana, assim também hoje devemos dizer «não a uma economia da exclusão e da desigualdade social». Esta economia mata. (…) Hoje, tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco. (…) O ser humano é considerado, em si mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e depois lançar fora. Assim teve início a cultura do «descartável», que aliás chega a ser promovida.
(Evangellii Gaudium, nº. 53)
Fonte: